A PRÉ-INAUGURAÇÃO DO CENTRO
Há coisas que mudam devagar ou não mudam de todo. O edifício do Centro ficou pronto muito antes da inauguração pelo Cabeça de Abóbora, vulgo Américo Tomás. Havia, no entanto, curiosidade de saber as funcionalidades das instalações.
Nesse tempo eu e o Tomané Quaresma, filhos de directores, tínhamos acesso às chaves das portas e grande vontade de estudar. Formou-se portanto um grupo de estudos multidisciplinar que tinha como membros permanentes, tanto quanto me lembro, eu, o Tomané e o Elói de engenharia, o Zé Alvim e o Pena de medicina, o Serginho de letras e o jurista Felício. Integrava ainda "convidados" variáveis cada noite e tinha como director logístico o Carlos Falcão que todas as madrugadas nos levava pão acabado de confeccionar.
Os workshops incluiam ping-pong na biblioteca, bilhar e cartas na sala maior, petisqueiras por todo o lado e ginástica, tudo isto entremeado com palestras de análise literária para engenheiros, noções de anatomia patológica para linguistas, direito civil para médicos, equações diferenciais para juristas, filosofia para todos, etc.
Todo este esforço, que só acabou quando eu parti um braço numa sessão de saltos de plinto, deu resultados palpáveis:
Chumbámos todos nesse ano e cimentaram-se amizades que, pelo menos para mim , ainda duram.
Chumbámos todos nesse ano e cimentaram-se amizades que, pelo menos para mim , ainda duram.
Texto do João Ferreira ( João Jose ou Big John ou João da D. Rosa)
Etiquetas: Centro
3 Comentários:
A propósito do big John e só agora me veio à lembrança, e reportando-me à cronica sobre os Ruis-Pato e Felicio convidados para uma exibição com a flauta no dia 18/10,
sugeria que o big John transformasse o duo em trio, pois na mesma altura andou a tirar um curso de violino, que só foi interrompido com uma petição a quem de direito, para acabar com "a chideira na rua!
Como tenho um bombo, prometo acompanhá-los, bombando forte e feio, para abafar a desafinação!
AH, já agora que tal o Jorge Carvalho completar com a barguesa?
Olá Big John,
É bem verddae o que contas.
É também verdade que nesse ano houve chumbos com fartura.
Mas não é menos certo que muito do hoje sei de matemática, de história, de medicina, de engenharia, o devo a essas escola multidisciplinar..
Sim porque a gente podia não estudar a matéria dos nossos respectivos cursos, mas dali saimos formados nas mais diversas áreas.
E embora pareça que estou a brincar com o assunto, não é bem assim.
A grande diferença do ambiente coimbrão em relação às outras Universidades do País, é que, enquanto em Lisboa e Porto os estudantes se fechavam em circulos fechados segundo a sua área de estudo, na nossa cidade não existia essa compartimentação.
Daí que as acaloradas discussões nos trouxessem conhecimentos gerais que afinal completavam a estrita área em que estudavamos.
Para além de que ficávamos a ser especialistas em ping pong, bilhar, sueca, damas, xadrez, etc.
E como diz o ditado, o saber não ocupa lugar...
Por exemplo, recordo-me que o Tomané Quaresma me ensinou que duas rectas paralelas se encontram no infinito.
Embora no Liceu me tivessem ensinado que duaqs rectas paralelas nunca se encontram.. E isso foi-me dito pelo Silveirinha que foi um excelente professor de matemática.
Mas quem era o Silveirinha ao pé do Tomané Quaresma?
Rui Felicio
Se me lembro desse braço partido Big john. Ia exactamente a seguir a ti, e senti o "estalo" do braço a partir como se fosse hoje.
Fui um dos que te levou para o Hospital, e "poupei-te" por razões óbvias a ida ao "RX".
Lembro-me de termos improvisado uma "tala" para te imobilizar o braço.
Saudações académicas
Tó Ferrão
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