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sábado, 28 de junho de 2008

UMA MENSAGEM DE GENT E DE GENTE!

Olá
Bom dia

Estou a escrever de Gent, Bélgica. Vim cá parar hà um ano e meio. Chamo-me Maria João Gomes e vivi durante 28 anos na Rua Gonçalves Zarco,12. Tenho 29 anos.
Não conheci o bairro de antigamente mas a minha mãe viu o vosso blogue ontem e lembrou-se de algumas coisas.
Tenho boas recordações do Bairro... onde cresci. Tinha um grupo de amigos de infância ( as crianças já não sabem o que é!) que só tinha uma rapariga, a Lara, morou 27 anos na Rua Gonçalves Zarco,4. Não posso deixar de mencionar o Pedro (da praça dos Açores), o Vasco (da Gil Eanes), o Rodrigo (da Afonso de Albuquerque), o Nando e o Luís (não me lembro da rua), o Luís ( das Caixas de Previdência) e primos destes que se juntavam nas férias. Se me esqueci de alguém desculpem... Concluindo fui uma criança feliz.
A Lara como eu já nos casámos, ela foi para Direito e eu segui Química. Ela continua no Bairro e eu rumei à Bélgica onde vivo com o meu marido (Engenheiro de Materiais).
É a única com quem ainda mantenho contacto. A Lara tem uma menina. Sei que o Pedro se casou e tem um menino, o Rodrigo casou-se e tem uma menina, do Nando, do Luís e do Vasco nada sei...
No Bairro vivi muito bons momentos mas também o pior momento da minha vida. Caí de um baloiço quando tinha 16 anos e estive internada porque fiz um achatamento de vértebra. Mas está tudo bem agora!
Mas o nosso lugar de encontro sempre foi a praça dos Açores. Era a confluência de todas as ruas. Nunca a destruam por favor! É como estarem a destruir uma recordação comum a um grupo de crianças, que se tornaram adultos a brincar naqueles baloiços! E sempre que formos visitar os nossos pais vamos com os nossos filhos brincar naqueles baloiços e lembrar-nos que também nós fomos felizes lá.
O que é curioso, é que mesmo em Gent, quando andei à procura de casa tentei ver um bairro como o nosso, sossegadinho, e também tem uma praça de baloiços. Quando a minha mãe me visitou adorou o espaço, sossegadinho e no meio da cidade, como o Bairro Norton de Matos.
Queria terminar dando os parabéns à minha irmã e ao namorado que acabaram ontem o curso. Felicidades aos futuros enfermeiros!
Queria deixar um grande abraço aos meus amigos de infância, um beijo à Lara.
Beijos grandes para a minha família
Fiquem todos bem é o meu desejo.
PS - já me esquecia de mencionar aqueles jogos de escondidas fantásticos diurnos e nocturnos. Sim nocturnos porque nós conheciamos o Bairro como ninguém.
Mas isto só nas férias e até às 11 da noite
Maria João Gomes

(P*! O Jó-Jó diz que começa o FDS a rir, pois eu comecei-o a chorar, depois de ter editado esta ternurenta mensagem de Gent. Viva a Praça P! Viva a Praça dos Açores! Viva o Bairro! - nota do Editor enxugando as lágrimas!).

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13 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Uma júnior da praça do açores, onde morei no nr 6 e para onde fui em 1950 e saí em 1964; logo nunca nos cruzámos, a não ser agora através do éter...onde morava esse pedro???

11:50 da manhã  
Blogger Unknown disse...

Sou primo da Lara. E desculpa que diga mas já não há baloiços na Praça dos Açores.

1:25 da tarde  
Blogger Gina disse...

Maria João:
Pela morada que dás, de Coimbra, foste minha vizinha e ou tu ou a tua irmã, uma de vocês, foi minha aluna na Eugénio de Castro.
Também deves ser sobrinha da D. Graciosa do café Mónaco.
1 beijo e benvinda
Georgina

1:30 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Mas já houve, já houve!

El Toy

3:17 da tarde  
Blogger Rui Pato disse...

Então , cara Amiga e jovem Doutora; não pode avançar com a graça da senhora sua mãe, no sentido de os mais senis, se entreterem a tentar ver de quem, da nossa geração, a minha amiga herdou essa deliciosa inteligência afectiva?

4:11 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Com a devida vénia, faço minha a prosa do rui pato...

5:47 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Maria João:
Não sabia que estavas na Belgica!
Este blog, apesar de ser mais dirigido aos nossos pais, é fascinante!
Adorei o teu texto.
Hugo Gonzaga

6:02 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Os XXXS estão a aparecer. É bom sinal.
Afinal o Bairro, que agora revivemos através deste blogue, não foi um simples sonho.

Numa tentativa de mimetar um soneto recente do Felício digo eu em prosa que se há fruto é porque ouve semente!

Jó-Jó

7:57 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Mas a D.Generosa não era a esposa do Sr Rodrigues - Xitimelo?

8:27 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

bem daqui fala a lara!! eu adorei o texto!! tb já mandei um mail!!! vamos ver se aparece mais alguem desse tempo!!!
professora gina!! eu fui sua aluna na eugénio de castro!! sou filha da edite!! ta a ver quem é?? bjs para todos!!

12:30 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Maria João
O Pedro seria o filho do Diamantino, que vivia num dos tpos da praça dos açores, mas era rua F...

8:19 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

a maria joão nestes proximos dias nao vai responder porque esta na china!! é mesmo verdade!! por isso aguardamos com saudades o seu regresso!!

12:22 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Pois é...Eu sou aquele a quem chamam Pedro, 30 anos, casado, um filho lindo, morava na Praça de Ceuta (e não na Praça dos Açores). Também fui um dos que tiveram o privilégio de conhecer o bairro de alguns anos atrás!
Estarão sempre na minha memória os momentos de euforia que passei com todos os meus amigos, Maria João Gomes, Nuno Simões, Luís Nuno (que recordo com muita saudade),Lara Oliveira, Rodrigo, Vasco Oliveira, Ricardo Azenha, Nando e Luís(rua chaimite), Ágata Simões, Raposo, e claro, todos aqueles que não mencionei mas deveras importantes.
Ainda tivemos sorte de poder usufruir de uma comunidade em que podíamos dar largas à liberdade. Podíamos andar na rua sem causar qualquer preocupação aos nossos pais, pois havia sempre um sitio perto de nossa casa onde podiamos estar a brincar sem qualquer perigo e sem incomodar ninguém. Pelos vistos hoje já nem há baloiços no bairro.
Ainda nos foi possível riscar as ruas do bairro com os nossos poderosos e eficazes carros de rolamentos, passar tardes inteiras na praça dos Açores a jogar ao berlinde, a jogar futebol, a jogar ao pião, enfim, a fazer tudo aquilo que hoje uma playstation ainda não consegue fazer...
Nunca esquecerei o dia em que acompanhámos a Maria João ao hospital por causa da queda que referiu, nem sei precisar ao certo o tempo que ela esteve acamada sem quase se mexer, mas nunca a deixámos sozinha! Havia um amigo nosso, o Afonso, que não precisava de chegar ao quarto para todos nos apercebermos que era ele que estava a chegar, pois ele sempre que ía a subir as escadas para o andar dos quartos batia sempre com a cabeça no tecto com tamanha força que estremecia a casa toda, mas inesquecível mesmo, foi o pai da Maria João um dia entrar no quarto atrás do Afonso com um bocado de parede na mão: "...epá eu só vinha ver se estavas vivo, é que para arrancar um pedaço destes da parede....", foi engraçado.
E aquele fim de ano que passamos todos em casa da Maria João...sem palavras!!!
Tive sempre uma boa relação com os meus vizinhos: Dr. Carlos Simões, Dra. Maria do Carmo, Carlos Oliveira e Irmãos (Lena, Miguel, Pedro e Filipa), D. Alda e o Sr. Silvério, D.Rosa (mãe do Dr. Rui Pato), Sr. Madeira, enfim, era muito bom viver naquele meio.
Tenho muita pena de já ser quase impossível de proporcionar ao meu filho as mesmas condições que eu tive para crescer! Havia algo de muito próprio naqueles anos que desde então não vi mais...
Gostaria de deixar um beijinho à Dra. Isabel (Belinha), que em tempos foi determinante na minha abordagem aos números.
Antes de acabar gostaria também de recordar aqui duas pessoas que eu adorava mas infelizmente já não se encontram entre nós, os meus queridos Avós: Manuel Nobre e Hermínia, também eles moradores neste maravilhoso Bairro.

Cumprimentos
Pedro

3:26 da manhã  

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