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segunda-feira, 28 de julho de 2008

COIMBRA QUINTET ORIGINAL


Gosto de responder aos desafios, mas além das generalidades que já apontei (ver comentário em Coimbra Quintet), relativamente à qualidade da gravação, ao cuidado com que foi preparado e ao intérprete que, há última hora, foi substituído, os comentários adicionais que este disco me sugere são a análise dos temas escolhidos, o enquadramento das suas introduções instrumentais e a qualidade vocal do Góis.
Como compreenderão isto daria para uma tese de doutoramento... De qualquer modo, importa recordar que o Góis, após a gravação deste disco, teve convites para se dedicar ao canto clássico, que este disco foi e é um dos mais vendidos na discografia portuguesa, que é um dos últimos em que um dos seus intérpretes da viola (Levi Baptista) usa viola de cordas de aço, o que dá ao grupo uma sonoridade que, posteriormente não mais se ouviu, pois os "violas" em Coimbra, ao contrário dos de Lisboa, deixaram de usar as cordas de aço e passaram definitivamente para o nylon, o que, no meu entender, trouxe um apagamento do papel da viola.
Este disco também fez escola nos grupos de Coimbra, pela constituição dos seus elementos: o Primeiro Guitarra, o Segundo Guitarra, o Primeiro Viola e o Segundo Viola.
O modo como estes "naipes" se organizavam, com papéis muito definidos e complementares, sem que houvesse redundâncias, perdurou até meados dos anos 60.
Perdeu-se bastante dessa "orquestração" diferenciada por instrumento e com o advento dos grupos mais pequenos, deixou de haver, por exemplo, papel definido para o "segundo viola".
Termino afirmando com convicção que a "Balada de Coimbra" que está nele gravada , foi interpretada até hoje por inúmeros guitarristas de Coimbra, incluindo o Artur Paredes e o Carlos Paredes.
Mas creio que os estudiosos destas coisas concordarão que esta é a "Balada de Coimbra" de referência.
Rui Pato

Esta é a capa original - um LP de 10" - de "Serenata de Coimbra" pelo Coimbra Quintet, gravado em Madrid em 1957.
Como leram, o Rui Pato respondeu com o brilhantismo que lhe é característico ao desafio que lhe foi feito. Alguém tinha dúvidas? Vamos desafiá-lo mais.

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4 Comentários:

Blogger Rui Pato disse...

Caríssimos:
Gosto de responder aos desafios, mas além das generalidades que já apontei no post abaixo, relativamente à qualidade da gravação, ao cuidado com que foi preparado e ao intérprete que, há última hora, foi substituído, os comentários adicionais que este disco me sugere são a análise dos temas escolhidos, o enquadramento das suas introduções instrumentais e a qualidade vocal do Góis.
Como compreenderão isto daria para uma tese de doutoramento...
De qualquer modo, importa recordar que o Góis, após a gravação deste disco teve convites para se dedicar ao canto clássico, que este disco foi e é um dos mais vendidos na discografia portuguesa que é um dos últimos em que um dos seus intérpretes da viola (Levi Baptista)usa viola de cordas de aço, o que dá ao grupo uma sonoridade que, posteriormente não mais se ouviu, pois os "violas" em coimbra, ao contrário dos de Lisboa, deixaram de usar as cordas de aço e passaram definitivamente para o nylon, o que, no meu entender trouxe um apagamento do papel da viola.
Este disco também fez escola nos grupos de Coimbra, pela constituição dos seus elementos: O Primeiro Guitarra, o Segundo Guitarra, o Primeiro Viola e o Segundo viola. O modo como estes "naipes" se organizavam, com papéis muito definidos e complementares, sem que houvesse redundâncias, perdurou até meados dos anos 60. Perdeu-se bastante dessa "orquestração" diferenciada por instrumento e com o advento dos grupos mais pequenos, deixou de haver, por exemplo, papel definido para o "segundo"viola.
Termino afirmando com convicção que a "Balada de Coimbra" que está nele gravada , foi interpretada até hoje por inúmeros guitarristas de Coimbra, incluindo o Artur Paredes e o Carlos Paredes. Mas creio que os estudiosos destas coisas concordarão que esta é a "balada de Coimbra" referência.
Hufff... Chega!
IMAGINO A SECA QUE VOS ESTOU A DAR...

4:37 da tarde  
Blogger LinoZé disse...

Não é seca, é um enorme prazer.
Podes e deves continuar, ainda por cima já tens scanner para digitalizar as capas...

10:16 da tarde  
Blogger Ernesto Costa disse...

Seca, qual seca Rui???
Eu gostava era de saber onde se podem comprar estas raridades!

Ainda há coisas que me emocionam. Uma é a Balada de Coimbra, que tenho no meu iPhone para ouvir quando me apetece. Lembro-me sempre dos jogos da Académica e da dita a ser tocada com a equipa a entrar em campo. Recordo-me bem que ficava sempre com pele de galinha!

Lembro-me de a ouvir também em Luanda em 1986, quando um amigo do Bairro que lá trabalhava me pôs a dita após um jantar revivalista. A seguir foi Zeca Afonso e esqueci-me das horas. Quando saí lá de casa, já passava da meia-noite, havia recolher obrigatório e eu não tinha salvo conduto...
Mas valeu a pena!

Jó-Jó

10:21 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

O mais importante é que esta capa é de um disco da minha Avó!!!!!!!!!!!!

3:58 da tarde  

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