<

sábado, 26 de julho de 2008

Na casa dos 30 ou 40 anos


De certa forma, o destino das raparigas na casa dos trinta ou quarenta anos corre o risco de ser pior do que o meu. Quando casei, o que de mim se esperava, além da procriação continuada, era que passasse o dia a arrumar a casa, a cozinhar pratos requintados e a vigiar a despensa. Hoje, a estas tarefas vieram juntar-se outras. As mulheres modernas são também supostas ser boas na cama, profissionais competentes e estrelas nos salões. Mas isto é uma utopia. Nem a mais super das supermulheres pode levar as crianças à escola, atender os clientes no escritório, ir à hora do almoço ao cabeleireiro, voltar ao escritório onde a espera sempre um problema urgente, fazer compras num destes modernos supermercados decorados a néon, ler umas páginas de Kant antes de mudar as fraldas do pimpolho, dar um retoque na maquilhagem, telefonar a três "babysitters" antes de arranjar uma, ir ao restaurante jantar com os amigos do marido, discutir a última crise governamental e satisfazer as fantasias sexuais democraticamente difundidas pelos canais de televisão. Estou a falar, note-se, de mulheres socialmente privilegiadas. A vida das pobres é um inferno sem as consolações de que as suas irmãs de sexo, apesar de tudo, usufruem.
De Maria Filomena Mónica

4 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Isso não deve ser para mim.

11:57 da tarde  
Blogger Bobbyzé disse...

Este é daqueles assuntos que normalmente os homens nao gostam de discutir!E a prova està ai à vista.Nenhum comentàrio sobre o conteudo!Até os habituais intelectuais de serviço pecam pela sua ausência.Monica, (adoro este nome porque era o titulo duma cançao preferida do meu Pai e interpretada pelo Alberto Cortêz)gostei imenso do seu texto. Sei que sabe que é um assunto que pode provocar diversas polémicas.No entanto, hà que salientar que as 3 geraçoes (nossos Pais, nos e nossos filhos)exigem diferentes maneiras de encarar o assunto. Eu reconheço que as nossas Maes (em geral)sofreram um certo tipo de escravatura. Foram muito sacrificadas nas tarefas do quotidiano.Quanto à nossa geraçao,jà nao podemos utilizar aqui esse nome, um pouco bàrbaro, de escravatura.Houve uma enorme evoluçao embora reconheça que a MULHER continua a têr num lar um papel primordial.O machismo continua a existir mas nao me diga que a uma maioria dos maridos ai no Bairro, nao ajudam as suas esposas a mudar as fraldas do bébé, a passear o dito, a pegar num aspirador, a lavar a loiça, a limpar o po...
Eu sempre lutei pela igualdade dos direitos da mulher!
Veja o que o que o JAMES BROWN cantava jà em 1970!!!!
This is a man's world, this is a man's world
But it wouldn't be nothing, nothing without a woman or a girl

You see, man made the cars to take us over the road
Man made the trains to carry heavy loads
Man made electric light to take us out of the dark
Man made the boat for the water, like Noah made the ark

This is a man's, a man's, a man's world
But it wouldn't be nothing, nothing without a woman or a girl

NB-Agora sim. Vai haver chuva de comentàrios!!!

8:27 da tarde  
Blogger LinoZé disse...

A questão essencial não é saber se "ajudam(os) as esposas", é antes se assumem(imos) que muitas tarefas supostamente femininas nos cabem também.

Acho que a nossa geração não fez, apesar de tudo, os avanços que lhe competiam neste domínio, como aliás em muitos outros - é mais fácil teorizar que praticar.

9:17 da tarde  
Blogger Bobbyzé disse...

Plenamente de acordo, Linozé!Como podem constatar, os intelectuais deste blogue nao pegam no assunto!!!Serà que continua a sêr TABU falar nisso?

8:51 da manhã  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

Powered by Blogger

-->

Referer.org