OS ENCAPUZADOS
Era uma vez um camponês que tinha um cavalo por quem nutria uma enorme amizade, chamando-lhe carinhosamente “Cavalo Selvagem”. Sabe-se lá porque é que assim o tratava... De facto o animal era dócil, muito inteligente e bem comportado, não evidenciando a razão de ser do apelido “selvagem” que o dono lhe atribuiu. Mas isso pouco importa para a história... Um dia, inadvertidamente, o cavalo caiu a um poço seco e o dono, aflito, tentou de todas as formas encontrar o meio de o salvar. Depois de variadas tentativas, utilizando cordas e paus sem conseguir trazer o animal para fora do poço, resolveu deslocar-se à aldeia mais próxima para pedir ajuda.
Neste meio tempo, aproximaram-se do poço uns encapuçados que tinham estado escondidos a ver a cena. Como odiavam o Cavalo Selvagem, pensaram pôr-lhe fim à vida e soterrá-lo no fundo do poço, atirando sucessivas pasadas de terra para cima do assustado animal. O Cavalo Selvagem, inteligente como era, transformou a aflição em salvação. A cada pasada de terra que os encapuzados lhe mandavam para cima, sacudia-se e a terra assentava no fundo. Libertava as patas da terra que se ia acumulando e colocava-se em cima dela. A pouco e pouco o fundo do poço ia subindo e, consequentemente, o cavalo também, sem que os encapuçados se apercebessem que quanto mais terra lhe atiravam mais o cavalo subia. Quando ao fim de um tempo chegou o dono com a ajuda que tinha ido procurar, já o Cavalo Selvagem estava livre, feliz e fora do poço, graças à estupidez dos encapuzados que acabaram por fugir sem perceberem ainda muito bem o que se tinha passado.
Do Rui Felicio
01-08-2008
Etiquetas: Encapuzados
10 Comentários:
Rui
Já conhecia a história, que é belíssima.Podia replicar com outra um tanto picante, mas deixo-a para segundas núpcias.Como hoje é um dia muito especial para mim, só deixo um pensamento que a história do cavalo selvagem me recorda:
"Quando a vida só te der limões, faz uma bela limonada".
Foi o que fiz.
Teresa B.
Ó Teresa B. e com açucar ou adoçante?
Depende do gosto e das dietas!Eu, se tiver sede bebo-a mesmo assim:água,gelo e limão.Mai'nada...
Teresa B.
Lapidar!
(como eu não conhecia, fico especialmente grato)
A estupidez nunca compensa!
Teresa,
E se só tiveres limas e cachaça, sugiro-te uma caipirinha
O meu sobrinho suiço, "noro" do João, é especialista em caipirinhas! É o mundo globalizado!
Gim
Oportuníssima!
Gim:
Quando teu sobrinho suiço provar uma caipirinha feita por mim.... suicida-se...e deixa de as fazer.
Chama-se a isto redundância. Claro que suicidando-se não as voltará a fazer...
Rui Pato
A tua única palavra diz tudo!
Eu, com tão boas intenções, a transmitir pensamentos optimistas logo de madrugada, para condizer com o conto do Rui, e este pessoal, trata logo de acrescentar cachaça à limonada!!!
Vá-se lá ser prior de tal freguesia!
Assim não brinco...
Teresa B.
Continuem, que eu gosto ;-)
De passagem por Lisboa, antes de partir por mais uns dias, não resisti a dar uma espreitadela.
Que bom voltar a ler-vos, já de regresso ao espírito que desde o início animou este convívio.
Esta estória, minha velha conhecida, serviu-me muitas vezes para ilustrar aos meus filhos como se pode contornar a adversidade.
Que bom, Rui Felício, ter-te de volta!
Um abraço
Isabel Parreiral
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