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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

BOLINHINHOS E BOLINHÓS


Bolinhinhos e bolinhós
Para mim e para vós
Para dar aos finados (sepultados)
Que estão mortos e enterrados

À porta da bela cruz
Truz, truz, truz

Ó senhora que está lá dentro
Sentada num banquinho

Faz favor de vir cá fora
P'ra nos dar um bolinhinho (ou tostãozinho)


Esta casa cheira a alho
Aqui mora um espantalho!

Ferrão, ferrão
Esta casa vai ao chão!

Trás, trás
Aqui mora o Santanás!

Esta casa cheira a vinho
Aqui mora algum anjinho (ou santinho)

29 Comentários:

Blogger Teresa B disse...

E uma senhora que morava pertinho da praça da Índia, que para dar um tostão mandava rezar o Pai-nosso,Avé-Maria,Credo e Salvé Rainha???
Acho que pouca malta estava para aturar a senhora (não me lembro do nome) e levava logo roda de espantalho...

Agora, já ninguém aparece com as abóboras, são só caixas de cartão e "vivó" velho!!

5:43 da tarde  
Blogger Unknown disse...

Havia quem dissesse: "para dar aos refinados"

-----

Rui Felicio

6:04 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Este é o primeiro ano em que não ouvi cantar os bolinhos bolinhós...

Sinal dos tempos!

Assim vão acabando as tradições.

6:58 da tarde  
Blogger Rui Felicio disse...

Aqui pela Ericeira chamam-lhe pão por Deus. É parecido, mas os miudos andam acompanhados á distãncia pelos pais.
Penso que é por insegurança...
--

E trazem uma calculadora para irem registando o dinheiro que recebem. Muito sofisticados..

Rui Felicio

7:07 da tarde  
Blogger Pedro Sarmento disse...

Vocês são peritos em fazer-me recordar momentos inesquecíveis da minha infância Quantas vezes corri aquelas ruas a cantar os Bolinhos e Bolinhós, a contar os tostões e as guloseimas. Uma vez encostei a caixa de sapatos à camisola, a vela fez o seu trabalho como é natural, e apesar de ser um dia especial para todos aqueles putos, ainda levei das boas quando cheguei a casa. Velhos tempos.
Bem hajam por terem aparecido na minha vida e me fazerem sentir, que apesar de toda a tecnologia, e de tanto bem estar actual, a nossa juventude era de facto fantástica.
Abraço a todos
Pedro Sarmento

7:10 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

O espantalho não conhecia assim como o TRÁS TRÁS.
Eu era mais pelo BANDÁLHO e REFINADOS.
BONS TEMPOS.
UM ABRAÇO.
TONITO.
BOM ANO.

7:33 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

O espantalho não conhecia assim como o TRÁS TRÁS.
Eu era mais pelo BANDÁLHO e REFINADOS.
BONS TEMPOS.
UM ABRAÇO.
TONITO.
BOM ANO.

7:33 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Caro Pedro Sarmento

É bom voltar a saber de ti, e também dessa tua veia de artista.
Pela amostra tens claramente grande apetência e qualidade no que fazes.

E é bom também saber que tens uma excelente familia, e filhos que são o teu orgulho.

Sou, como sabes amigo das tuas irmãs e lidei de muito perto com os teus pais.

De ti, registei sempre a maneira "polida" e educada com que lidavas com os outros.

Peço-te que dês um beijinho de parabéns por mim à tua irmã João que eu conheço há tantos anos.

Gostava de te rever pessoalmente.

Um abraço

Saudações académicas

Tó Ferrão

8:05 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Com o Felício, tinha de haver Kriminal Tango...era da praxe....e o final da festa sentados ao pé< do marco do correio???refinados eramos todos....que saudades....

8:17 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

...e no fim dividir o dinheiro as castanhas e os rebuçados, recebidos nas casas visitadas...

Ó Teresa B. eu sei quem era a Senhora a quem te referes mas óbviamente não digo o nome eh...eh..eh
Quito

8:27 da tarde  
Blogger Pedro Sarmento disse...

Caro Tó Ferrão
Já te tinha visto por aqui no Blog, nem podia deixar de ser, uma vez que eras uma figura emblemática do nosso Bairro. Lembro perfeitamente a proximidade das nossas famílias, e do respeito e admiração que tinha também pelos teus pais. Agradeço as palavras simpáticas sobre a minha veia artística, é sempre bom receber elogios e palavras de incentivo. Este domingo estarei a almoçar com a minha mãe que está a caminho dos 88 anos, e da minha irmã João que fez 60 anos ontem. Transmitirei as tuas palavras claro que irão receber com agrado. Havemos de nos encontrar claro e rever bons tempos.
Grande abraço também para ti.
Pedro Sarmento

8:53 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Esta casa cheira a unto
Aqui mora algum defunto.

Esta casa cheira a breu
Aqui mora algum judeu.

9:23 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

À beira daquela cruz
Para sempre Amen Jesus
Truz Truz

9:27 da tarde  
Blogger Manuela Curado disse...

Bem, já me fartei de rir com essa da calculadora pra ver os rendimentos. Ou é "tanga" do Rui, ou valha-nos Deus que o mundo está a saque, até os miudos...

9:30 da tarde  
Blogger Manuela Curado disse...

Claro que também eu andei aos bolinhos e bolinhós mas como nunca gostei de pedir, tinha vergonha e ficava ao portão. Se a coisa corresse bem, a Maria Manuela corria e ficava na primeira linha, se acontecesse o contrário, era a primeira a zarpar.
Reconheço que não era lá muito bonito...
Acontecia exatamente o mesmo quando no liceu me punham um lata na mão, para fazer o peditório da cruz vermelha.

9:39 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Parece que a máquina calculadora na Ericeira era no ano passado este ano já vai tudo de "Magalhães" de baixo do braço.

Abílio

10:03 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

era assim

"Bolinhos e bolinhós
Para mim e para vós
Para dar aos finados
Qu'estão mortos, enterrados
À porta daquela cruz

Truz! Truz! Truz!
A senhora que está lá dentro
Assentada num banquinho
Faz favor de s'alevantar
P´ra vir dar um tostãozinho."

Se os donos da casa davam alguma coisa, dizia-se:

Esta casa cheira a broa
Aqui mora gente boa.
Esta casa cheira a vinho
Aqui mora algum santinho.

Se não davam nada...

Esta casa cheira a alho
Aqui mora um espantalho
Esta casa cheira a unto
Aqui mora algum defunto.

eheheh

halloween

10:31 da tarde  
Blogger carlos costa freire disse...

com tantas manifestações das brincadeiras que faziamos no nosso bairro aqui relatadas,não posso deixar de realçar o comentário do Felicio "para dar aos refinados"era mesmo...

10:55 da tarde  
Blogger Romicas disse...

Tal como já foi dito aqui, este blog tem o condão de nos fazer recordar as coisas de há tantos anos e de uma forma bem jovial. Também eu, numa outra rua, que não no Bairro propriamente dito, andava com uma caixa de sapatos e uma lanterna (a minha mãe não me deixava usar velas...) a pedir os Bolinhos e Bolinhós. Só tinha autorização para ir aos vizinhos do prédio e no outro ao lado e também havia um vizinho que fazia questão que cantássemos toda a canção antes de nos dar alguma guloseima. Aqui onde vivo, cantam o "Blim-blim cá pró meu saquinho.." e começam no dia 1, logo bem cedo (8h da manhã) a tocar ás campainhas.

11:05 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Os Bolinhos e Bolinhós são mesmo uma tradição de Coimbra,segundo investiguei para um trabalho que em tempos fiz.Noutras terras serão outros os cantares.
Mas tendo jantado hoje na Av,ª Dr.Elisio de Moura,eu e as outras pessoas presentes estavamos agradavelmente surpreedidas e direi mesmo maravilhadas,pois a campainha não parava de tocar,com grupos dos Bolinhos e Bolinhós.A Tradição ainda está viva...
A Nela Curado já falou no assunto,mas não disse tudo...é que
no final da festa,que representava para nós o peditório,a maioria das vezes ficavamos todos zangados por causa da divisão daquilo que recebiamos...O que valia é que o amuo passava depressa e no dia seguinte já estava tudo bem.
Nela Dias

11:58 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

A Maria do Poço (Rua da Guiné), aí por 1955, já dava vinte cinco tostões. Era a primeira a ser "atacada". Bons tempos...

12:31 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Caros companheiros

Resolvemos de improviso (como quase sempre) ir aos bolinhos e bolinhós, mas faltava-nos o material mais importante. Uma caveira.
O Rogê Teixeira num rasgo de grande altruísmo, foi a casa, soltou os piriquitos, enfiou uma vela na gaiola e apareceu com a milagrosa e improvisada caveira.

Começámos como sempre pela casa do grande e saudoso Sr. Tanqueiro.
Era certo e seguro que vinhamos sempre abonados.
Só que dessa vez a "coisa" não correu bem.
Afinados a 5 vozes, e quando já iamos na parte final da "cantilena", ouvimos lá de dentro uma voz cava e severa dizer:

Oh Amélia solta o cão!
Só parámos à porta do Centro. Com a confusão o Rogê deixou cair a gaiola pelo caminho, e os bolinhos nesse dia finaram ali.

Em casa do Rogê estiveram 3 dias sem vir à rua, porque os piriquitos andavam à solta pela casa fora.

Bons tempos e muita saudade do Sr. Tanqueiro.

Saudações académicas

Tó Ferrão

12:45 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

É tarde,mas ainda bem que estava de olho atento para me deliciar com o episódio narrado pelo Tó Ferrão,da maneira fantástica como só ele sabe fazer.
Muito me fez rir... até porque sou vizinha da família Tanqueiro,e sei como ele próprio era uma pessoa de uma graça sempre pronta na hora.
E fico feliz por reparar que certamente todos nós,ou quase todos, vivemos esta aventura de pedirmos os Bolinhos e Bolinhós ...Davam dinheiro,bolos,castanhas,nozes,rebuçados e outras coisas que neste momento não me recordo...
Mas que era engraçado ,era.
Obrigada pela sua escrita,e eu, a sempre atenta,
Nela Dias

1:29 da manhã  
Blogger ié-ié disse...

Olá, Nela!

Tens cópia desse trabalho teu? Gostava de ter uma cópia!

bjs

Gim

3:36 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

O Sr tanqueiro e a D Alda.....

12:37 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Os bolinhos e bolinhós eram uma tradição em que a petizada alinhava sempre, salvo raras excepções.Por mim falo, pois mal começavam, aí estava eu a reunir os da minha equipe para ver quêm arranjava a melhor "caraça" (era assim q lhe chamavamos) e vai de correr as ruas que podiamos e no fim contar ávidamente os tostões, pq as castanhas e as nozes não tinham tanto interesse.Aqui na minha rua, já começaram a aparecer e digo-vos que em memória desses tempos, nunca deixo de dar alguma coisa aos míudos. Mas obrigo-os a cantar, porque alguns são preguiçosos e só querem a moedita.....

1:55 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Ja ha uns tempos atras e sobre a Praça dos Baloiços referi a figura do Sr. Tanqueiro e as visitas que lhe faziamos no dia dos Bolinhos e Bolinhós.
Já madurão e depois de ter feito a tropa andei ainda por Coimbra a dar uma aulitas e a acabar umas cadeiras que tinham ficado para mais tarde.
Normalmente eram os miudos que se apetrechavam e davam a volta o Bairro a efectuar as suas cantilenas.
Um grupo já de matulões alinhava ao principio da noite no Vasco da Gama ou Samambaia e escolhia a dedo, a quem ir cantar.
Como eramos sempre bem servidos na casa do Sr. Tanqueiro, era por aí que uns 10 a 12 matulões começavam a noite.
Normalmente começavamos e acabavamos. Ja era um ritual de todos anos bater àquela porta. Como conhecia já aquela malandragem toda, mandava-nos entrar e pelo menos umas 2 garrafitas de abafado ,uns bolos secos e castanhas, ele tinha ja preparado para nós.
E no final de todo aquele ceimonial,perguntava-nos...e para o ano cá estaremos, não é verdade?
A gente tinha que diz SIMMMMMMMMMMM.
Um abraço ao Sr. Tanqueiro onde ele estiver.....

2:22 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

...mas a proposito da maquina de calcular ou do Magalhães para ir aos Bolinhos.....já naquela altura, tambem eramos finos...que para ser mais rapidos, ja iamos todos de carro.
Eu la ia com o tal carocha verde que deu volta e meia na saida do Liceu Feminino, como muito bem lembrou o Manel Cruz ( Estaca)

2:25 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Realmente uma simples tradição popular motivou episódios tão divertidos!

A Nela Dias sempre com a investigação fundamentada,o Tó Ferrão com estórias delirantes,o Felício com a da máquina de calcular,os mais novatos a recordar,etc,etc.

Eu, mais o mê Fernando, cumprimos mais uma tradição do dia de hoje almoçando um bom serrabulho.

9:34 da tarde  

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