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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

UM BAIRRO RELEVANTE NA HISTÓRIA DE COIMBRA

I CAPITULO
DE MARECHAL CARMONA A GENERAL NORTON DE MATOS
UM BAIRRO RELEVANTE NA HISTÓRIA DE COIMBRA

Com cerca de meio século de existência, o Bairro Norton de Matos (antes do vinte e cinco de Abril chamado Bairro Marechal Carmona) é local de relevo da história recente de Coimbra.
Ali cresceram pessoas que ocupam hoje lugares de destaque nacionais em diversos sectores de actividade.
Ali se desenvolveram, e continuam a desenvolver, actividades culturais, desportivas e recreativas de grande importância.
TRÊS PRESIDENTES DA REPÚBLICA ESTIVERAM A ELE LIGADOS
Com pompa e circunstância, era inaugurado nos anos 50-quando o Presidente da República era o Craveiro Lopes- O Bairro Marechal Carmona, que depois do 25 de Abril adoptou a designação que tem actualmente – Bairro Norton de Matos.
De traçado idêntico ao Bairro Social da Encarnação, Lisboa, o de Coimbra destinava-se a acolher famílias de recursos médios, de indistintos pontos da cidade.
O bairro viria a colher em maior número, famílias da “Alta”(despejadas após o inicio da disparatada demolição da área da Alta de Coimbra em redor da Universidade, área essa que começou a ser arrasada em 1943, para ai serem construídos os edifícios da Nova Cidade Universitária, sem que o regime salazarista olhasse ao valioso património que assim destruiu, num verdadeiro atentado à cultura e ao bom senso).
A toponímia do Bairro Marechal Carmona era, inicialmente constituída por simples letras. Mas tantas eram as ruas que esgotado o alfabeto, foram as letras substituídas por nomes das antigas colónias(que mais tarde viriam a ser oficialmente designadas por províncias ultramarinas) e figuras históricas ligadas á epopeia dos Descobrimentos.
Assim às maiores foram atribuídos os nomes de Angola, Moçambique, ou ainda Vasco da Gama ou Pedro Alvares Cabral. Talvez por uma lógica de proporcionalidade. Ceuta e Timor foram os nomes atribuídos às praças mais pequenas do Bairro…
DAS CASAS SIMPLES ÀS PROFISSÕES TIPICAS
As casas pintadas em tonalidades beige, rosa ou cinzento,eram geminadas de traçado simples. Compostas de rés do chão e 1º andar, tinham “ janelas com tabuinhas”e uma pequena horta ou jardim, que lhes conferiam alguma ruralidade.
As portas de entrada eram duas, uma das quais de serviço à cozinha. Por aqui passavam diariamente, vendedeiras de fruta, hortaliça, o leiteiro ou as peixeiras que se faziam anunciar por pregões.
Também alguma roupa era ali semanalmente levantada ou entregue pelas lavadeiras da Portela do Mondego. Muitas vinham a pé calcorreando quilómetros de “trouxa” á cabeça.
Coexistia paralelamente, outro tipo de comércio e pequena indústria…Os amoladores, o sapateiro por medida, o barbeiro o alfaiate que ia tirar medidas, o ardina – “Senhor Janeiro”-assim conhecido porque entregava o “1º de Janeiro” aos domingos com o popular suplemento a cores.
BAILARICOS E ESCOLA MISTA MAS COM SEXOS SEPARADOS
Raramente as portas das casas se encontravam fechadas. Os miúdos brincavam no jardim ou no quintal e, se o tempo não permitia, reuniam-se no interior da casa ou na garagem de algum vizinho mais abastado. Se houvesse gira-discos, até se improvisavam bailaricos ao som da moda.
A Escola Primária ficava na R de Chaimite, também conhecida por “rua do volta-atrás”, porque era um beco sem saída.
A Escola era mista, ou melhor dizendo as meninas ficavam debaixo e os rapazes por cima (1º andar), porque ao tempo não eram autorizadas misturas.
Além de outros Mestres, ai leccionou o Prof. Martins, que fazia a alegria da pequenada. Era bom professor – e nunca usou castigos corporais permitidos na época – e também um grande jogador de basquetebol, modalidade que ensinava durante os intervalos. As noites de Inverno eram calmas no Bairro Marechal Carmona Até á chegada da televisão, em finais dos anos 50, ouvia-se a radionovela e deitava-se habitualmente cedo, após um serão em família.

Depois de algumas arrumações, encontrei um texto muito engraçado publicado no "Diário do Centro" no ano de 2000, sobre o nosso Bairro.
Como é um texto muito grande vou enviar por capitulos, para não ser tão exaustivo.
Agora vai o 1º capitulo.
HELENA GARCIA
Texto do Diário do Centro de 2/2/2000

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25 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Estive com algum receio de colocar este capitulo sobre o nosso bairro, de um artigo saido no Diario do Centro e que amavelmente a Lena Garcia enviou.
Ha incorrecções e imprecisões em partes do texto aqui proferido.
Quem inaugurou oficialmente o Bairro em 1950 foi o Marechal Carmona e não Craveiro Lopes.
A descrição é muito pobre e redutora dando a ideia que eramos uns desgraçadinhos.
É preciso ter atenção que estas coisas de jornais é que irão fazer historia um dia mais tarde.
estarei à espera do resto dos capitulos para ver para que lado se encaminha a tendência.
De certeza que ainda ha gente no Bairro que possa dar uma boa correcção a estes textos. julgo que o Gonzaga já tocou nestes assuntos.

1:06 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Na escola, as meninas ocupavam o 1º andar e os rapazes o res-chão
Julia Faustino

1:31 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Ops...o Bairro foi inaugurado em 1951.....tinha eu 5 anos e ainda corri atras dos carros da caravana na ladeira ao pe do apiadeiro.

1:38 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Pasmo, Álvaro!!! Depois de tao grande festarola, estás aí na maior falando de coisas sérias??? Que máximo!!! Ou nao exageraste, que nao foi o que pareceu plas fotos, ou os treinos, sao mesmo muito bons. Mais parabéns, tambem por esta! Beijokinhas e dorme bem. Já te adicionei no MSN. Juju.

1:50 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Pois foi Álvaro, quem inaugurou o Bairro foi o Marechal Higino Óscar Fragoso Carmona. Eu assisti. No final da cerimónia o Presidente de República foi recebido na casa do Dr. Esteves Alves onde decorreu um Porto de Honra.
Já somos muito velhotes...
Pedro Martins

8:08 da manhã  
Blogger Rui Pato disse...

Já agora, Helena, quem é o autor deste texto que tu, muito bem, trouxeste ao Blog? É alguém conhecido?

9:13 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

E falta, entre outros, o jornaleiro, a entregar em casa O Primeiro de Janeiro...o Carlitos jardineiro, percursor dos gays, o Albino barbeiro, boémio até dizer chega, o sr Melo alfaiate da rua I; eu fui para o Bairro em 50, logo um dos percursores; o meu Pai foi o sócio nr 20 do Centro, a minha escola a do prof Franco, em que a única menina era a Nela Curado, protegida pelo Gim; o prof Franco, para evitar os apertos de mão à entrada, até nos ensinou a saudação fascista..., choses...

10:41 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Oh Mario acho que te esqueceste da Dulce que era irmã do Manuel Duarte. Essa tambem andou la no Colegio e era da minha 4ª classe.
Havia uma afilhada tambem que era a Sara ou Fatima. Não consigo precisar.
Penso que a Nela apareceu mais tarde na altura do Gim e do Madeira.

1:21 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Pois, a cabeça já não dá para tudo...as minhas desculpas pelas omissões e imprecisões....

1:29 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

2:34 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Pese embora a paciência de Lena ao desnterrar este artigo ele só pode ser tomado como anedota, tal a quantidade de erros factuais e visões salazarentas que contém. Somos definitivamente a terra do "calino".

2:40 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Eu sei é que o 1º de Janeiro trazia as histórias.
O meu pai punha-me os bonecos à frente para eu inventar a história.

3:37 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Permito-me corrigir a Ju pois frequentei a escola onde a professora era a mulher do Prof Martins , mais conhecido pelo "Teórico", a D. Rita fiz da primeira a quarta classe na mesma escola, sempre no r/c.Na primeira classe a professora era a D.Emilia, quem se deve lembrar é a Lolo. Eu fui para o Bairro tinha 2 anos ou seja há 57 anos.

3:40 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Maria Helena
Ainda volto para te motivar a continuar e já que estás tão activa faz um esforço e conta a nossa história da Santa da Portela, mostra bem a mentalidade racista da época e a união que havia nos grupos de juvens do Bairro.Lembro que a Titá também estava no grupo, o Carlos Indiano e o meu saudoso e desaparecido amigo Dino.Pede ajuda á tua mãe que ela lembra-se concerteza da nossa grande aventura de uma noite de verão.
Nela Sarmento

3:56 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Nela:podes ter razão na altura em que lá andaste,mas tanto a minha irmã como eu,e muitas mais,tivemos aulas no iºandar.Somos mais velhas...Gina Faustino

6:51 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Éh pá, estou mesmo nervoso.
Não é que estive a ler o que tinha escrito e não percebo nada!
Os bonecos que eu devorava no 1º de Janeiro eram do "Reizinho".
Peço desculpa, são os afrontamentos.

8:30 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Néné
Sábado falamos sobre esse episódio, a minha mãe já me contou mas preciso de mais pormenores, pode ser que a Titá tambem se lembre, e assim compilamos tudo, eu sinceramente não me lembro, também ainda era miúda

11:14 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Lena Garcia
manda os outros Capitulos, pois parece importante que se corrijam os tais erros factuais que deverão haver nos outros capitulos. Felizmente que ainda ha gente viva que poderá corrigir certos precalços....

11:17 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Eu tenho um artigo datado de 2 de Fevereiro de 2000,da autoria de Fernando Dias,que já não está entre nós.Foi residente na Praça de Timor.
Também frequentei a escola do Bairro,e tinha aulas no 1º andar,sendo o rés-do-chão para os rapazes.
Nela Dias

11:31 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Oh Nela...manda essas coisas cá pro Blog.
Alguma coisa se ha-de fazer.

11:39 da tarde  
Blogger Teresa B disse...

Ri-Ri e não lias o Príncipe Valente?
Eu adorava!!!O meu avô abria o jornal em cima da mesa da sala, (parecia um lençol de cama da casal)e mandava-me ler em voz alta- ele era surdo, quando lhe convinha- as notícias e só depois é que me deixava ler o reizinho e o príncipe valente...Era o meu "trabalho de casa" para o velhote!

Teresa B.

12:35 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Fiz a 1ª classe na escola da rua do volta atrás em 1955/56.
A prof. era a D. Emilia Sarmento e tinhamos aulas no 1º andar e os rapazes no r/c.
Na 3ª classe , 1957/58, a Prof já era a D. Rita e passamos para o r/c, não me perguntem porquê.
Há dias estive com o filho da D. Rita e do prof. Martins.
Ele chorou ao ouvir-me dizer como os alunos dos pais se lembram deles

12:15 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Mesmo assim, o melhor era o reizinho; e eu tive um boneco articulado com tão sipática figura, de encarnado vestida; o principe valente, era mais no Mundo de Aventuras...

4:02 da tarde  
Blogger Manuela Curado disse...

Não me lembro de nada sobre "racismo" talvez fosse mais exato a palavra "complexo" que vem de tempos memoráveis...

2:31 da tarde  
Blogger Manuela Curado disse...

Imemoráveis

2:33 da tarde  

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