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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Momentos de Poesia - 2

AMIGO
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

José Afonso
Vindo de Rui Pato

5 Comentários:

Blogger Manuela Curado disse...

Para Rui Pato
Lindo poema e então com um
trinado de guitarra...
O tempo aqui está triste e com ele fico triste também. Mais me lembro de vocês,fazem-me muita falta...

2:25 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Rui Belo tema,escolha perfeita! Embora com fraca voz,não consigo ler sem cantar,sou incapaz de dissociar. Faz de tal maneira parte das nossas vidas,da nossa geração,que me é intrínseco.
Ficou gravado com alma,no nosso coração,para sempre.
Nela Dias

4:59 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Nestas tardes outonais sabe bem ler um poema, principalmente deste autor e com este tema.

5:17 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

TESTEMUNHO DE RUI PATO

Ensaios na "Brasileira"

Conheci o Zeca nos meus 16 anos, tinha ele 33, já licenciado em Letras, a leccionar em Mangualde, mas aproveitando todas as folgas para vir a Coimbra, ansioso por mostrar aos amigos as suas últimas baladas. ///
Eu ouvi o seu nome, as primeiras vezes, ao meu pai que, como jornalista em Coimbra, fazia questão de viver intensamente a vida coimbrã, saltitando das tertúlias futrico-intelectuais para as académicas. E nestas últimas pontificava o Zeca, como o seu bom humor, com as suas permanentes distracções e com uma irreverência intelectual a que chamavam de existencialista. ///
Mas em 1962, ano tumultuado em Coimbra, com a Academia envolvida numa das mais violentas crises estudantis, o Zeca, já cansado com aquilo a que chamou a «quinquilharia passadista do velho romantismo do Penedo», sempre que podia, vinha a Coimbra para sentir esse fervilhar das novas gerações.
Começa assim a sua fase de ruptura com aquilo que o mais o tinha ligado até então à cidade, «o tanger dos bordões da viola, as casas de prego, as bicas nos cafés da Baixa e as arengas dos teóricos da bola» ///
Ele vinha da Mangualde a Coimbra para mostrar aos amigos um outro tipo de música, sem o «espartilho da guitarra de Coimbra», com uma grande liberdade rítmica e que necessitava apenas de uns leves acordes de viola para sublinhar o poema que era o mais importante da canção.
Assim nasce o «Menino de Ouro», «Tenho Barcos, Tenho Remos», «Os Vampiros», «O Senhor Poeta», etc., ensaios muitas vezes feitos no segundo andar do café Brasileira, ou em minha casa ou em qualquer República onde ele tinha o estatuto de "livre trânsito" quando ele vinha a Coimbra e necessitava de dormir.///
Entretanto, junta-se a nós o Adriano, o Manuel Freire, o Fanhais e outros que não recordo.
É dificil avaliar o impacte que o contacto com figuras como o Zeca, o Adriano, o António Portugal, entre os 16 e os 20 e poucos anos, tem na formação da personalidade de um adolescente. Nessa altura, eu não tinha a noção da dimensão humana e intelectual desses amigos. O meu desgosto é ter tido uma fortuna enorme em ter amigos desse quilate e, nessa altura, sem a noção desse valor, não ter agarrado cada momento, deixando até, por vezes, que a memória me falhe e tantos momentos bonitos e ricos se percam///

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A preguiça - todos nós temos direito a um pouquito - não me deixou transcrever por inteiro este texto maravilhoso do nosso amigo Rui Pato.
Para os menos preguiçosos, aconselho a visita a:

delta02.blog.simplesnet.pt

4:18 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

E a Samaritana?!...
Só o Rui Pato a sabe tocar.
Força.
O intruso

12:40 da tarde  

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