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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Gabriel Garcia Márquez, é um dos meus escritores favoritos

Gabriel Garcia Márquez, é um dos meus escritores favoritos, nascido na Colômbia a 6 de Março de 1927, jornalista, activista político, recebendo em 1982 o prémio Nobel da Literatura, encontra-se actualmente a viver em Cuba, lutando contra um inimigo, que desta vez, se tornará difícil de derrotar, o cancro
Aprendi a conhecê-lo através daquela obra inesquecível "Cem anos de Solidão”, que para quem, como eu, viveu em África, me imaginei transplantada para aquelas páginas, vivendo cada uma das situações descritas.Atravessando este ária difícil na sua vida, deixa-nos este testemunho numa carta dirigida aos seus amigos, que por tão real conteúdo, creio que merece figurar neste cantinho do “Cavalinho”:

"Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso, mas pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem. Ouviria quando os outros falam, e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate! Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto, não apenas o meu corpo, mas também a minha alma. Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperava que nascesse o sol. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as
estrelas de um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à lua. Regaria as rosas com as minhas lágrimas
para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas... Meu Deus, se eu tivesse um pouco de vida... Não deixaria passar
um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas. Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo amor. Aos homens provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar! A uma criança, dar-lhe-ia asas, mas teria que aprender a voar sozinha. Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento. Tantas coisas aprendi com vocês, os homens... Aprendi que todo o mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta.

Aprendi que quando um recém-nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, o tem agarrado para sempre. Aprendi que um homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se. São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer…”
GABRIEL GARCIA MARQUEZ

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2 Comentários:

Blogger Laura Sarmento disse...

Gostei muito, Mariazinha. Nada conheço sobre este escritor, a não ser o nome. Mas só pelo texto que apresentas, não me vai escapar mais.

12:25 da tarde  
Blogger Manuela Curado disse...

Arrepiada bebi estas últimas palavras de Gabriel Garcia Marques.
Ele... outros...homens e mulheres que amam a vida, serão sempre a minha "cartilha".

8:06 da tarde  

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