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sábado, 24 de outubro de 2009

O MANO FAZTUDO ... DO OUTRO LADO DO ESPELHO.

O que se pode dizer de um irmão, deste irmão, e neste dia, que já não tenha sido dito?
O modo como me tratou da saúde ao longo dos anos
(dentária em particular),
a maneira como fez envelhecer precocemente o coração da minha minha mãe
(mas lhe afinou a pontaria, ao servir repetidas vezes de alvo de objectos voadores vários),
as clareiras que se formavam à sua volta quando ficava azedado
(e o mundo ser repente só tinha duas cores, preto de raiva e vermelho de sangue),
a ideia que sempre teve de que a linha recta é o caminho mais curto entre dois pontos
(fracturando o crânio ao vir do primeiro andar para o rés-do-chão de nossa casa por respeito aos princípios da optimização)...









Tudo já foi dito, sim. Ou quase. Pois os nossos heróis, também têm um outro lado. Mas este, ao contrário do dos deuses, não passa a mito. Esconde-se, na inquietude do interior do vulcão, na turbulência do centro do furacão. Mas se lá entrarmos
(se estivermos atentos),
encontramos. Esse lado chamava-se ... medo. O medo, sim coabitava nele. Mas não era o medo usual
(físico)
do comum dos mortais. Era o medo interior que o sentir (d)a transcendência provoca, que nos coloca (s)em sentido de vida. Era o medo do não ser. Quando os deuses dialogavam com ele com a linguagem dos trovões
(e o torna mudo no tempo errado, como no seu exame da quarta classe),
o mano FazTudo sentia-se quase nada. Percebe hoje que a revolta que exteriorizava não tinha sentido, pois, afinal, era dirigida contra ele próprio, através dos outros. Pacificou(-se)!

Gosto muito do meu irmão Carlos. Afinal, somos o verso e reverso de uma mesma história. Só me falta aprender com ele os caminhos de um futuro tranquilo.

Mano Jó-Jó

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5 Comentários:

Blogger celeste maria disse...

JoJó

Que maravilhoso e encantador retrato fazes do teu mano Carlos!
Está lá tudo,recordo todas as facetas que,magistralmente descreves!

Sempre tive consideração pelo Carlos pois ,na minha insipiente intuição,achava que era injustamente castigado e um inconpreendido.

No sábado pedi-lhe boleia desde o castelo até ao pavilhão e,mal ele imaginou o longo filme que rebobinava na minha mente!

A emoção desliza-me pelas faces...

5:44 da tarde  
Blogger Manuela Curado disse...

Linda estória de amor.

Como sempre exercitas a dialéctica,genialmente, temperando-a de brilhante poeira de carinho.
Beijos para ti e para o mano.

9:18 da tarde  
Blogger Manuela Curado disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

9:19 da tarde  
Blogger cota13 disse...

Linda prosa JÓ JÓ.
Um Abraço.
Tonito

11:10 da tarde  
Blogger Isabel disse...

Jojó

Brinquei muito com o Carlitos e a Nela Sarmento na Praça dos baloiços.
Emocionei-me com a tua linda escrita.
Um abraço para ti, um abraço ao Carlitos da

11:12 da manhã  

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