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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

UMA HOMENAGEM - CARLA MARTINS

CARLA MARTINS, tinha 28 anos e era de Chão da Vã, pequena povoação a cerca de 3 quilómetros de Salgueiro do Campo. Bonita e inteligência, tinha pela frente um futuro risonho. Prepara-se para fazer o seu doutoramento em Biologia, em Bruxelas.
Os seus caminhos da vida cruzaram-se, um dia, com um indivíduo da zona de Coimbra, estudante universitário. De ele se enamorou, até ao dia em que percebeu, sabe-se lá porque razões, que tinha terminado o seu encantamento. Despreocupada seguiu a sua vida. Mas ele não perdoou. Dizia aos amigos: se não for minha, não será de mais ninguém. E realmente não foi.
Premeditadamente, partiu de Coimbra e seguiu-a até ao Bairro de Valongo, em Castelo Branco, onde ela veio passar o fim de semana, e assassinou-a friamente com cerca de vinte facadas à porta de casa. Terminava assim a vida promissora de Carla Martins.
O Chão da Vã está de luto. São todos parentes uns dos outros, e ainda estão atónitos com tamanha barbaridade perpetrada contra a jovem.
O pai esteve há dias nesta Farmácia. De semblante sofrido e luto carregado, pela morte da filha única que tinha. Segurou o assassino até vir a polícia sem ter feito justiça pelas próprias mãos.
A família está destruída de dor. O algoz está em prisão preventiva
muito arrependido”. Levará certamente uns anos de prisão que não devolvem a Carla à vida. Mas poderão até as coisas correrem bem para o seu lado, se uma qualquer peritagem médica e os labirintos da lei conseguirem provar que o homem tinha problemas psíquicos.
Afinal , como a que matou o namorado com ácido sulfúrico, atraindo-o para uma armadilha.
A Carla, filha desta pequena povoação da Beira Baixa partiu. Que esteja em paz.
QUITO

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11 Comentários:

Blogger Manuela Curado disse...

Casos semelhantes sucedem-se assustadoramente.
Ainda ontem e hoje, veio no Jornal Publico, um caso idêntico.
Estranho... como grandes paixões se tranformam em profundo ódio.
Penso... quem sabe... se infâncias perdidas... sem amor e em solidão de afectos, terão algo a ver com isso.

4:25 da tarde  
Blogger Manuel Cruz disse...

E o que é que cada um de nós pode fazer para acabar com estas tragédias. Não basta encolher os ombros, temos de utilizar o melhor da nossa inteligência para que estes casos continuem a proliferar.

4:56 da tarde  
Blogger Manuel Cruz disse...

E o que é que cada um de nós pode fazer para acabar com estas tragédias. Não basta encolher os ombros, temos de utilizar o melhor da nossa inteligência para que estes casos continuem a proliferar.

4:56 da tarde  
Blogger Manuel Cruz disse...

E o que é que cada um de nós pode fazer para acabar com estas tragédias. Não basta encolher os ombros, temos de utilizar o melhor da nossa inteligência para que estes casos continuem a proliferar.

4:56 da tarde  
Blogger Isabel Melga disse...

Coincidência ou não estes últimos meses assiste-se a um dramático e preocupante recorde de assassinatos por estas zonas e de suicídios entre jovens!! Era urgente todos nós reflectirmos com coragem e honestidade sobre tal fenómeno e de se fazer uma análise por parte de psiquiatras, psicólogos, professores, famílias, assistentes sociais sobre as variadas causas! Estará a associado ao isolamento da família? De afectos de amigos? Ao excesso de álcool ou droga? À recusa dessas pessoas em se tratarem ou interromperem abruptamente o tratamento das depressões? Ou dever-se-á a alguma falta de sensibilidade dos familiares ou mesmo desconhecimento do estado em que andam os seus filhos? Ou será que a sua desmotivação pela falta de perspectivas de um futuro lhes baixa a sua auto-estima perdendo o amor por si próprios? Se a "moda" pega torna-se alarmante...A estatística é na verdade muito elevada e dói muito as nossas “promessas” de Futuro serem assim “queimadas” tanto por aqueles que desaparecem como pelos que cometem esses actos! Dói muito! E nem me atreverei a adivinhar a desolação revolta e desespero das respectivas Famílias! Ninguém pode fazer julgamentos, Apenas sabemos que o sofrimento é do tamanho do Mundo e que as depressões são das doenças mais mal compreendidas e mais difíceis de tratar ….
Não basta dar as notícias tem mesmo que se fazer algo e pelo que eu ouço sobre depressões, nota-se muita falta de conhecimentos e de informação! Os remédios as pessoas ora tomam ora não e algumas até misturam com álcool! Mesmo as Farmácias deveriam estar em alerta permanente e informarem sobre as consequências de determinados medicamentos. Os médicos sempre em contacto com os familiares, etc… É toda uma Sociedade que tem de se interessar de se envolver. Hoje foram eles amanhã não desejaremos que nos bata à porta tamanho pesadelo!

2:48 da manhã  
Blogger Chico Torreira disse...

Era pequenito, estava com o triciclo aonde hoje está o cimento a seguir ao passeio em frente da casa que veio a ser do Sr. Nunes, ao lado de um polícia que até conversava connosco, quando passou um casal que habitava nas casa velhas ao cimo do monte, pois nessa altura ainda não era Cavalo Selvagem, e o marido ia a bater na mulher. Criança, perguntei ao polícia porque não prendia o homem? – Disse-me que não podia pois era um problema de casal e os seus superiores não o deixavam meter-se entre marido e mulher. Ainda hoje me lembro.

Problemas destes existe infelizmente em quase todos os países do mundo. Não falando das mulheres que também sofrem o martírio de viverem com maridos manipuladores, que lhes gastam a saúde dia a dia e dos quais não há provas. Nem falemos na India aonde as mulheres são queimadas pelos maridos com ácido de bateria por não terem mais dote para continuar a dar, ou que são postas fora de casa a quando da morte do marido pois não foram capazes de defender a alma dele. São aos milhares, as mulheres que vão acabar a vida em mosteiros abandonados, a comerem de vez em quando. E o caso das mulheres linchadas em certos países africanos que nem uma palavra de amor conheceram na vida. Ouvi uma mulher virar-se para a entrevistadora a dizer que era feliz e quando se sentiu mas em confiança disse-lhe que nunca teve felicidade, nem dez minutos na vida . O que acontece com as nossas crianças que nem se queixar sabem, pois na prática ainda tentam esconder os seus carrascos derivado à forma como foram educados. Nem conhecem outras pessoas e têm medo do que lhes possa acontecer depois! E os casos de velhinhos nos diferentes lar expoliados pelas próprias famílias?

Tive o previlégio de ver teatro com profissionais sobre homens manipuladores. É terrível, pois uma pessoa está a ver que é aquilo mesmo e o resultado que vai dar.

Também dois polícias que contactavam os lares de terceira idade, ao fim de um tempo de serviço, começaram a ter a consciência de que havia sérios problemas. Como em jovens tinham feito teatro amador, pediram autorização para nos lares fazerem peças de velhos expoliados pela família. Aproveitaram e levavam colegas com eles para irem tomando nota dos internos que apresentassem queixa e garantirem-lhe segurança próxima. Ao fim de dois anos tiveram de ser substituídos por actores profissionais, uma vez que eles já estavam a viver o que transmitiam. Só que ainda há pouco tempo se apresentavam uns dois a três residentes por semana no fim de cada espectáculo, pois essa praga não acaba. Quase sempre são os filhos e os conjugues dos filhos, se forem casados.

Nos três casos a pobreza, a droga, o vinho e a ausência de humanidade, andam por vezes também associados.

Se no caso das crianças é diferente, no caso dos adultos a polícia pouco pode fazer pois são maiores e a maior parte das vezes, de tão dominados estarem, nem seguem com a apresentação da queixa. É a insegurança total.

É certo que ficaria caríssimo mas se apresentassem peças dessa natureza durante uns meses na televisão generalista, o mundo andaria melhor pois pude apreciar que as pessoas quando confrontadas com o que fazem, mudam imenso, uma vez que antes nem se apercebem nem pensam nas consequências.

É certo que o contrário também existe e quase sempre de forma extrema, só que a percentagem de mulheres que actuam de forma criminosa, é mínima.

Neste momento estão a obrigar os criminosos a usarem pulseiras eléctrónicas e pensam na possibilida de convidarem a agredida a fazer o mesmo pois com GPS, podem saber se o criminoso se está a aproximar perigosamente da sua presa e a polícia pode assim actuar antes de actos praticados. Parece que já é utilizado em alguns países.

Uma coisa é certa: nem tudo está perdido. Há quarenta anos, em cada quarenta mulheres batidas, uma apresentava queixa. Hoje, em cada quarenta mulheres batidas, dezassete apresentam queixa. Haja esperança.

Que a Carla esteja em Paz.

5:59 da manhã  
Blogger carlos costa freire disse...

Quito,é mais um dos casos que viveste com muita dificuldade porque são pessoas que conheces bem .A Carla onde estiver vai te agradecer o magnifico texto de homenagem

1:20 da tarde  
Blogger Laura Sarmento disse...

Olha, Quito...coisas sem perdão possível...

10:10 da tarde  
Blogger celeste maria disse...

É absolutamente impossível calcular a dor destes pais!

Mas penso que também não dá para imaginar a dor dos pais deste rapaz!

Quanta infelicidade para todos.

10:30 da tarde  
Anonymous Titá disse...

Estranhos tempos estes em que pessoas se julgam proprietárias de pessoas como se de uma qualquer mercadoria se tratasse! Tenho dificuldade em perceber o que se passa dentro destas cabeças. É realmente triste.

10:34 da tarde  
Blogger Carlos Falcão disse...

As Novas Mascaras da Loucura ou uma Sociedade em "Quête de Sens"?

Alarmante!...
Certamente uma profunda solitude. Um individualismo "par defaut"?

Isabel, um Museu de respeito pela coragem de acreditares na procura de uma vida Melhor...

É do conhecimento de muitos Cavalinhos que, este assunto é um dos problemas complexos e prioritários da sociedade contemporânea, global e...acelerada.

Este complexo assunto, como deves saber, é actualmente em debate em "altos" hemisférios europeus, em vista de esboçar vias de solução... o tempo duma geração???

Em relação à geração que viveu no BMC nas décadas 50/60 entas, será que existe, na juventude de hoje, entre outras razões, a falta dum primeiro pilar sólido : A família? Será a falta de educação, de modelos, de perspectivas?

Será um enfraquecimento dos laços sociais? No BMC, não era possível esconder ao vizinho/colega uma dificuldade ou um problema. Havia sempre um (a) camarada para dar a mão. A amizade era, e ainda é, forte.

Havia uma co-responsabilidade.

O que pensam, o poder politico, os médicos, e mais particularmente, os médicos da família, os (as) psiquiatras, os (as) psicólogos clínicos, os (as) psicoterapeutas, os educadores (as), a agente social, o (a) juiz para menores.

O que pensam os especialistas em educação?

Carlos Falcão

10:47 da tarde  

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