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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Vem aí o Inverno - Cobertores de Papa


Quem não se lembra dos quentes cobertores de papa, que nas casas dos nossos avós aqueciam as camas nas longas noites de Inverno?

Pois estes provêem de uma pequena freguesia do Concelho da Guarda – Maçaínhas - e hoje, como ontem, continuam a ser fabricados de forma artesanal.

A produção do cobertor de papa, remonta ao reinado de D. Sancho II. No reinado de D. José (1758), com o Marquês de Pombal, esta indústria desenvolveu-se na zona da Covilhã e da Guarda:

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14 Comentários:

Blogger Pedro Sarmento disse...

A minha mãe tinhas uns quantos que no inverno bem jeito davam, pois as nossas casas do bairro não tinham a modernice das de hoje, aquecimentos centrais, lareiras, janelas duplas etc e tal, por isso quando o frio apertava, vinham mesmo a calhar e não fazia ideia de onde eram feitos, estamos sempre a aprender.

12:01 da manhã  
Blogger Isabel Melga disse...

Agora nesta casa grande onde resido tão alta e com tanta janela, só mesmo os cobertores...mas de papa, aonde os arrumar no Verão??? E são pesados! Estas casas antigas são lindas mas não existem armários nas paredes um contra...depois o outro já referenciado é o facto de serem mesmo frias e somos obrigados a gastar luz!!!Mas ainda há por cá uns meios velhotes.

1:38 da manhã  
Blogger Chico Torreira disse...

Cada vez mais admiro os nossos progenitores. Com os cobertores que tinham, com os casacos e as calças ou saias da época, aguentavam o frio e a humidade. Um simples aquecimento central a lenha para toda a casa nas que havia e a cama até lhes parecia seca com as botijinhas aos pés, que até aqueciam o coração. Hoje, podem estar menos 40C na rua e temos 21 a 23 à escolha dentro de casa por peça, de acordo com o frio de cada um. Se saímos, os agasalhos de hoje não só aquecem como cortam o vento e a humidade. Sabe bem recordar mas já nem precisamos dos cobertores de papa que davam tanto geito. E... ainda há quem se lamente da vida actual! Sinceramente, nós hoje somos uns previligiados.

4:08 da manhã  
Blogger Ernesto Costa disse...

"Onde não haja eira nem beira..." era assim a ladainha da minha mãe em dias de trovoada. Nós, os mais novos, sentados ao fundo das escadas, acompanhando a mãe Lurdes na cantoria, resguardados num cobertor de papa salvador.

Bum! Brrumm! Que interessava que na altura do barulho já o relâmpago tinha ido dar uma volta? O que contava era a nossa percepção do medo. Ciência!

Medos. Qual a sua origem? Na catequese, na velha igreja de S. José, em dias de tempestade, a catequista dizia a cada ribombar, "Vocês pecaram, e este é o castigo de Deus". E eu tremia, sem cobertor de papa, nem Lurdes para me proteger, "... nem raminho de oliveira". Religião!

Religião e Ciência. Para onde nos pode levar a ignorância... Cobertores de Papa!

Jó-Jó

8:16 da tarde  
Blogger celeste maria disse...

Mais uma vez o Jó Jó transforma,o que era uma curiosidade interssante,numa reflexão plena de sensibilidade e recordação!

O simples cobertor,de PAPA...

A crença e a ciência,numa análise deliciosa.

10:16 da tarde  
Blogger RI-RI disse...

Não sei se por influência da ciência ou da religião, o que é verdade é que a minha mãe também utilizava o cobertor de papa para abrir e manter quente o arroz de polvo.
A propósito aí vai o que a mamã se lembra sôbre o assunto:

ORAÇÃO ÀS TROVOADAS

Sta. Bárbara passeava
Com seu livrinho d'ouro na mão.
Jesus lhe perguntou:
Bárbara, onde vais?
Senhor, vou juntar as trovoadas
Que andam pelo mundo espalhadas.
Vai, junta-as num monte maninho
Onde não haja nem pão nem vinho
Nem eira nem beira,
Nem raminho de oliveira
Nem cão nem gato
Nem mulher de parto
Nem homem de acidente.


Aceitam-se rectificações pois a memória já não será a melhor.

1:54 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

In jornal "A GUARDA"...
Única fábrica do País funciona em Maçainhas, Guarda
Cobertores de papa à beira do fim ...
...
O artigo também é conhecido por cobertor de pêlo, manta lobeira, amarela e espanhola, podendo ser produzido numa só cor (branco, verde, vermelho, etc.), com a cor “barrenta” (branco e castanho), bordado a azul, verde e vermelho (destinado ao Minho e ao Norte do País) ou fabricado com tiras coloridas de castanho, amarelo, verde e vermelho (típico da zona do Ribatejo).
A diferença entre este cobertor e os restantes é que o de papa é fabricado, exclusivamente, com lã churra de ovelha que o empresário já tem dificuldades em encontrar.
Com o aparecimento de outros artigos no mercado, o cobertor de papa deixou de ter a procura de outros tempos, referindo José Pires Freire, que actualmente, apenas tece “temporariamente”. “Quando teço, vem um tecelão e uma caneleira para o ajudar”, explicou ao Jornal A Guarda. Recordou que “nalgum tempo, fabricava todo o ano e agora só temporariamente, porque não se gastam muito. Agora, não se vendem tanto”. Por outro lado, refere que “já não há lãs em qualidade para este cobertor”.

...
cont.

6:26 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Fraca comercialização

“Nalguns tempos vinham milhares de toneladas e, agora, faço 500 ou 600 quilogramas de cada vez”, referiu, dando conta do decréscimo da produção do artigo típico, que, na sua opinião está “condenado a desaparecer”. “Já não é rentável e eu não tenho ninguém a aprender. Tenho só uma filha com o curso de gestão e não trabalha nisto nem a aconselho, porque os têxteis estão em crise”, afirmou.
A lã utilizada no cobertor “é lã churra”. “É uma lã macia das ovelhas de Idanha-a-Nova, Monsanto e Medelim, mas o lavrador já acabou com essas ovelhas”, refere, sublinhando que “só com bons contactos junto dos comerciantes é que a vou conseguindo aqui e além”.
O empresário garante que as vendas do artigo “não têm significado”. “Temo-los por ter. Vão-se vendendo. Tenho sempre alguma coisa em stock, tenho-os prontos e, depois, vão-se vendendo. Noutros tempos, eram muito conhecidos e vendiam-se muito, mas agora não”, contou.
O cobertor de papa pesa, em média, três quilogramas e mede 1,70cm de largura e 2,40cm de comprimento e distingue-se dos outros cobertores pelo seu “design” e pelo facto de ter o pêlo mais comprido, porque a lã de que é feito “é mais comprida”, explica José Pires Freire, que já chegou a vender artigos para a África e para o Brasil.
Durante o ano, faz várias encomendas. Contou que, recentemente, vendeu quarenta unidades, mais pequenas que o tradicional, para o Clube Escape Livre que promoveu um passeio pela região da Serra da Estrela e brindou os participantes com um cobertor típico da região. Atitude que regista com agrado.
O mesmo empresário adiantou que a produção do cobertor é mais praticável nos meses quentes: “Já não me disponho a fabricar no Inverno, porque a água está muito fria e os cobertores têm que ser levados ao pisão e no Verão é melhor”. “Secá-los com o tempo bom também é melhor, porque ficam mais direitinhos”, acrescenta o empresário que já teve 15 operários e hoje tem apenas dois (duas mulheres).
O fabrico do cobertor tem diversas fases. A lã é comprada e enviada para a fiação entrando na fábrica transformada em fio. Segue-se a fase da tecelagem, por um único tecelão, num tear manual em madeira. Na etapa seguinte, quando o corte [porção de tecido que equivale a sete cobertores] estiver feito é transportado para o pisão para lavar e feltrar [tomar “corpo”, volume]. Quando o corte tiver o “corpo” necessário vai à carda para puxar o pêlo. De seguida, os cobertores são cortados e vão à râmbula [peça em ferro onde se prendem esticados para secarem e ficarem com uma determinada medida].
Por último, o cobertor é rotulado e embalado com a etiqueta: Freilã – cobertores e mantas de papa. 100% pura lã virgem. Produzido por Têxteis Jofrel (José Pires Freire).
Na sua fábrica, tem um tear manual para cobertores de papa e cinco alimentados a electricidades para mantas e outro género de cobertores, garantindo que continuará a produzir cobertores de papa “até quando puder”.
“Tenho isto por carolice. Enquanto tiver forças, tenciono fazê-lo mas, o futuro a Deus pertence”, afirmou, recostado no velhinho tear de madeira, na ocasião parado, que ostenta o nº 10-231 do cadastro de máquinas da FANIL – Federação Nacional da Indústria dos Lanifícios.
“Estas coisas deviam manter-se”, opina o empresário que teme pelo fim de uma tradição que apenas já se mantém em Maçainhas.

6:28 da tarde  
Blogger RI-RI disse...

Pois...

10:23 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

olá boa tarde, gostava de saber para que preço é k sao vendidis estes cobertores? e s a fabrica Têxteis Jofrel, envia para casa? obrigado

2:00 da tarde  
Blogger Unknown disse...

Moro na Suiça e gostava d'encomendar as coberturas do Papa como devo fazer ?

6:29 da tarde  
Blogger Unknown disse...

Moro em Suiça e gostava d'encomendar os cobertores do Papa. Vocês enviam pelo correio ? Como devo fazer ? Obrigada.

6:33 da tarde  
Blogger Vanessa disse...

Tenho um há muitos anos, mas precisa ser lavado... Como devo fazer? Limpar a seco, lavar com algum truque próprio ou tenho mesmo que deitarar fora? Alguém me pode ajudar? Obrigada.


😅

11:16 da manhã  
Blogger MJP disse...

Tenho o mesmo problema da Vanessa. Como se lavam?

10:27 da tarde  

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