Tropa Feminina
O Colégio Alexandre Herculano, de altos muros que só de olhar compungia o coração. Portão enorme de ferro que mal se entrava, fechava estrondosamente, qual prisão.
Como OFICIAIS, os professores. Os CABOS, pessoal menor que permanentemente nos perseguia tentando "meter na ordem". E duas "Generalas", a quem nunca vi um único sorriso...
Apesar deste ambiente soturno, as alunas, qual passarinhos em gaiola, inventavam mil e uma coisas para fugir à tristeza do local.
Na nossa sala havia uma equipa soberba.
Tinhamos um professor de Geografia que era o único homem do colégio,além do jardineiro. Sofria a valer, pois sempre que entrava na sala, a a primeira coisa que fazia era apagar o quadro, cheiinho de poemas de amôr e coraçõezinhos com setas.De seguida sentava-se e iniciava a matéria como nada se tivesse passado.
A aula de Inglês (a tal dos homens nús), leccionada, ainda me recordo, por uma senhora de ar circunspecto, magrinha, estilo inglês, sempre com fato cinzento e sapato abotinado.
Passava a hora voltada para o quadro, falando e escrevinhando, suponho que para não nos encarar...
Aviõezinhos de papel, feitos por nós, sobrevoavam a sala em direcção ao quadro, fazendo voos rasantes à professora, que de quando em quando se voltava repentinamente, mas o que via era apenas um côro angelical, em silêncio profundo, digno de qualquer igreja.
Era assim o nosso dia a dia na caça à RAPOSA, estudando pouco e brincando muito.
Tal como na tropa,havia soldados, cabos, generais, aviões e até... imaginem!....Alguns "chumbos" no final do ano, naturalmente...
Nela Curado
Ex aluna do Colégio Alexandre Herculano
Etiquetas: Colegio Alexandre Herculano, Nela Curada
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