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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

SONETO DE JOSÉ RÉGIO

Tão actual em 1969 como hoje...

Soneto (quase) inédito) de José Régio escrito, em 1969, no dia de uma reunião de antigos alunos.

- Em memória de Aurélio Cunha Bengala

Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno “sacrifício”
De trinta contos – só! – por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.

TITÁ

4 Comentários:

Blogger Manuela Curado disse...

É imprecionante e desgastante!
Sempre que leio autores antigos, leio verdades actualizadas.
Será que é possivel uma mudança ou estaremos predestinados!

8:50 da tarde  
Blogger celeste maria disse...

É Janeiro.
Todos os anos renasce.
Tudo se mantém!

10:48 da tarde  
Blogger quito disse...

Pois... Titá...pois....

10:59 da manhã  
Blogger MAC disse...

Titá a História é… um recapitular de acontecimentos, que acontecem sucessivamente...sem cessar. (Mariazinha onde é que tu já ouviste isto?) :-).

Mariazinha da Silveira

11:28 da manhã  

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