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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O NICHO DE MERCADO DO BADAMECO

O Badameco era um miudo gorducho e,desde sempre,tratado por 3 ou 4 aias:tratado em tudo.
Desde a alimentação à higiene,o Badameco teve sempre quem tratasse dele.
Quando tinha 11 ou 12 anos,ele nada sabia fazer.
Com o crescimento,as aias também deixaram de tratar dele...
O rapaz,mal e porcamente,conseguiu fazer a 4ª classe.
Farto de estar em casa,sem as aias à volta,tomou uma atitude:matriculou-se na Escola Industrial.
Gorduchinho,era alvo de gozo dos colegas.
Ele tinha uns papos abaixo das orelhas que serviam para a risota...
Um dia,sentido comichão num ouvido,lá levou a unha comprida do dedo mindinho(ele,que nunca tocou guitarra,dizia que era "unha de guitarrista")e trouxe-a com quase meio quilo de cera!
Então inventou uma diversão:punha um pavio em cada orelha,chegava-lhe lume e fazia iluminação pelas orelhas...
Ao tempo,fez um sucesso!
Andava sempre de festa em festa,de baile em baile,fazendo a sua exibição.
As miudas tratavam-no bem.Queriam ter aquele número nas suas festas!
O Badameco,na Escola Industrial,só gostava de uma disciplina:Geografia.


Imaginava-se a vaguear pelo Mundo,sempre bem aconchegado e a fazer o número da iluminação pelas orelhas...
Levou a coisa tão a peito que criou uma empresa:
Badameco,Pavios & associados.
Dizem que chegou a comprar cera no Santuário de Fátima porque as suas orelhas já não produziam a quantidade suficiente.
Agora,com 46 anos,já não consegue iluminar pelas orelhas.
Quando chega lume aos pavios,começam a arder-lhe os pelos dos ouvidos...
Está um trapo coitado.
Não consegue uma reforma porque nunca trabalhou.
Ainda tem um grande stock de cera mas,devido à crise,não o consegue vender.
Acho que deveria ser constituida a Fundação Badameco e dar uma pensão vitalícia,e decente obviamente,a este grande "trabalhador" da cera.

RUI LUCAS

2 Comentários:

Blogger Manuela Curado disse...

Será que me engano ou há "algo de estranho" subjacente a este texto que de tão real até parece fantasioso?

7:13 da tarde  
Blogger aminhapele disse...

Não há nada subjacente,minha amiga.
A "real" precisa sempre de uma pimenta de fantasia;a fantasia tem sempre um niquinho de "real"...
Um abraço.

8:07 da tarde  

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