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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sobre Viver

Durante algum tempo, houve dúvidas sobre a alcunha do meu irmão do meio. Seria FazTudo ou FazDeTudo? É claro, para quem o conhece bem, que só pode ser a primeira! O meu irmão não se finge. É autêntico. É claro que só podia ser a primeira. O meu irmão é directo na acção, não precisa de intermediários. A primeira. O meu irmão é económico nas palavras.




Para quê colocar uma preposição, ainda por cima de, ainda por cima a despropósito? Por exemplo: ele comigo nunca avisava - trás, já está! Um dente a menos. Só podia ser a primeira, pois quando a preposição escolhe um dos seus dois parceiros, resvala, cria novas semânticas que atraiçoam o que ele é e sempre foi:

metade, quando se é integro
demissão, quando nunca se desiste
deparar, quando nunca se está quieto
debater, quando se prefere a acção às palavras
deformar, quando se é educador

Mas também há as que lhe ficariam bem:

decisão, porque nunca temeu
dever, porque acredita em causas
determinação, porque não cede às dificuldades

Há, por último, as que para ele foram trágicas, a maior das quais:

defumar

Para esta não há gramática que nos valha...

O meu irmão do meio é um homem bom. Sempre foi. O meu irmão do meio é uma lição de vida, para a vida. Com a sua postura, com o seu exemplo, sem precisar de muitas palavras, ensinou-me a sobreviver. O FazTudo ensinou-me, sobretudo, tudo sobre viver!

Jó-Jó

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2 Comentários:

Blogger Isabel Melga disse...

Cada vez estás melhor, Jó-Jó, este interregno renovou-te a inspiração e é um gosto ler-te ou ouvir-te! Que lindo falares assim de teu irmão e já ontem adorei e escutei sem pestanejar todas as palavras que dizeste sem nenhuma delas ser de desperdiçar. A Família está de Parabéns e tu continua assim, com essa sensibilidade lucidez e energia! Uma Abraço para todos Vós! Não me digas que também não viste ainda as fotos do Encontro que te enviei logo pela manhã! Um Abraço Isabel

7:43 da tarde  
Blogger Manuela Curado disse...

Jogo interessante de vocábulos sabiamente desarrumados.
Texto algo espirituoso com que o sujeito tenta disfarsar uma profunda intensidade de sentimentos.

Em singelas palavras...um HINO DE AMOR

6:59 da tarde  

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