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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

NOITE DE CONSOADA


Meu primeiro NATAL com o "CAVALINHO SELVAGEM"
Escrito a 7 de Dezembro de 2OO8


Recordo com alguma saudade os Natais de há muitos e muitos anos.
Um especialmente me marcou.
Véspera. Consoada.
Pais, avós, netos e amigos, reunidos para jantar.
Grande azáfama.
Cozinha borbulhando de movimento. Vapôr saindo das panelas. Cheirinho delicioso da massa retirada de um alguidar, espalmada e trabalhada por exímia cozinheira, e fritas, ali, no momento.
Pela casa um vai e vem de gente risonha e bem disposta.
Eu e minha irmã, únicas crianças, voluntariosas, ajudando os mais velhos, coisa que não era habitual.
Na sala, grande presépio. Musgo do Pinhal de Marrocos.
Havia de tudo. Moleiro, com seu moinho. Lavadeira, rio e ponte. Pastor e carneirinhos. Igreja, padre e sacristão e muito mais bonecada até à Sagrada Família, com seu menino nas palhas deitado.
Ao lado, Árvore de Natal, de bolas coloridas, pedacinhos de algodão, imitando a neve e pinças com velinhas para acender na hora.
O entusiasmo era geral. Aproximava-se a hora do grande momento.
Repentinamente, um grito lancinante...
- Acudam!...Tragam água...Fogo!!!
Um dos flocos de neve voara para uma velinha e a árvore consumia-se em chamas.
Meu avô, cioso dos familiares, corre para a cozinha, pega num alguidar com água, e zás..., espeta em cima da dita.
Ainda hoje recordo o silêncio após o "dilúvio". Todos olhavam os despojos do incêndio. Pinheiro mergulhado em água e enfeitado com belas postas de bacalhau.

Com o meu Pai presente, o resultado só podia ser um...risada geral e continuação da consoada em franca harmonia.

FELIZ NATAL para todos vós
NelaCurado

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