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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

BAIRRO MARECHAL CARMONA

Dedicado à Nelinha Dias


É dia  dia de bem fazer... e especialmente  de um  magnífico passeio  em  transportes coletivos gratuitos.

Movidas por duas  causas tão nobres e de  caixa de lata ao peito partimos para o cemitério da Conchada em peditório  da Cruz  Vermelha na convicção de que aí, almas amaciadas pela dor nos dariam mais proveitos.
Cumprida a  missão e,  talvez, para colmatar os remorsos pelo desaforo, resolvemos visitar a campa de minha avó e religiosamente colocar sobre ela  uma vela acesa conforme uso e costume dos mais velhos, vela essa comprada por certo, com uma moedinha das dádivas, já que nos anos sessenta do passado século , bolsos de adolescente viravam vazios.
Algumas semanas passadas, e conforme nosso hábito, bastante assíduo em época de perigo colegial ( provas ou chamadas orais no colégio Alexandre Herculano)) alterámos o percurso e rumámos a casa de uma tia minha que vivia lá para os lados do Arnado.
Era "supimpa" o passeio.
Praça da República, apreciando os garbosos estudantes nas suas capas e batinas.
Av. Sá da Bandeira, invejando a vida pacata e livre dos belos patos e cisnes,..  e por fim os deliciosos bolinhos da tia São.
O  final não foi feliz.
Relatando envaidecidas a  boa ação da vela no cemitério,  em vez do elogío,  um sermão.

A tia desvendara, finalmente,  o mistério que a andava a intrigar.
O mistério  da  foto emoldurada da avozinha que  jazia esturricada sobre a mármore branca da sua campa.



3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Sao tantas as historias que temos para recordar e partilhar...retratam uma epoca e "outro Pais" onde eramos felizes com a simplicidade e desejo de bem-fazer tudo apanagio daqueles saudosos tempos. Nela dias

9:26 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Sao tantas as historias que temos para recordar e partilhar...retratam uma epoca e "outro Pais" onde eramos felizes com a simplicidade e desejo de bem-fazer tudo apanagio daqueles saudosos tempos. Nela dias

9:26 da tarde  
Anonymous manuela Dias disse...

Foi para mim a dedicatória, mas na verdade são muitas histórias as que ainda guardo, certamente por nunca ter deixado o Bairro. Obrigada querida amiga de sempre
Nela Dias

10:15 da tarde  

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