<

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Encontro de Gerações e de Emoções

Hoje, três dias após o memorável Encontro de Gerações, do passado dia 18, ainda me encontro pairando num encontro desencontrado de emoções.
A noite da véspera do GEG mal foi dormida na ânsia expectante do encontro de muitos dos amigos que se não via há muitos anos.
O Encontro daquela manhã nas ruas do nosso Bairro foi o abraço apertado, o olhar nos olhos, e o confirmar, por vezes, sem querer dar nas vistas, do nome na placa que se trazia presa ao pescoço, porque o caminhar dos anos deixou marcas que se nos aproximava em espírito e sentimento nos distanciava na aparência.
Foram as lágrimas reprimidas e as que se soltaram em turbilhão descontrolado.
Foi o querer saber num instante a vivência de trinta ou quarenta anos, e surgia o desejo de tudo querer saber, os filhos, os netos, os sucessos de cada um, porque ninguém naquele momento, queria saber de coisas menos boas. E, também, por vezes, lá tínhamos a notícia triste do amigo que já tinha partido.
Os abraços, os beijos, os risos e as lágrimas secundarizaram a beleza que nos foi presenteada pela Comissão Organizadora - os Gaiteiros e a Banda Filarmónica Penelense -.
Naquele momento o mais importante eram as pessoas, os Amigos.
O descerrar da lápida que irá perpetuar o Encontro de Gerações no átrio do Centro Norton de Matos, o almoço, as fases protocolares, o hino do encontro, os fados de Coimbra e todos os momentos deliciosos que nos foram proporcionados pelo BobyZé, o Alfredo Moreirinhas, e o António Alves, não nos deixam esquecer o belo texto pleno de emotividade do Fernando Gaspar que nos mergulhou, frase a frase, em aspectos do nosso Bairro que pertencem ao passado mas que estão bem presentes. Quantas não foram as lágrimas que afloraram aos nossos olhos, quando se projectava da memória as imagens que nos iam sendo descritas dum tempo que não voltará jamais.
De todos os momentos, o momento de, nome a nome, homenagearmos aqueles que connosco comungaram a fraterna e despreocupada cumplicidade de momentos vividos na juventude, e já não estão no meio de nós, foi o minuto sem tempo do nosso recolhimento e do nosso encontro intimo com a insignificância precária das nossas vidas.
Depois foi o continuar da festa, a emoção do recordar de situações e mais abraços e beijos, o rir dos momentos que a distancia dos factos por vezes nos faz duvidar da nossa própria memória, teria sido mesmo assim?
Agora que a expectativa do Encontro de Gerações foi em tudo superada, fica-nos o amargo de boca do pouco tempo que demorou, e, dos muitos amigos que também estiveram presentes e com os quais não houve, porque o tempo voa, oportunidade de abraçar.
Estamos todos mais próximos e a vida vivida foi de novo revivida neste amplexo de emoções profundamente sentidas na certeza do outro encontro.
Coimbra, 21 de Outubro de 2008
Abílio Soares

Etiquetas:

16 Comentários:

Blogger Rui Felicio disse...

Abilio

Também eu passados já estes dias ainda me emociono a cada lembrança do reencontro.

Também eu lamento não ter tido tempo de estar com todos os amigos que ali estiveram.

Felizmente que pude estar contigo e com a Zeca na mesma mesa a almoçar.

Felizmente que nós fomos os porteiros que fecharam a porta do Centro já noite alta.

Felizmente que nos reencontramos na manhã seguinte no Samambaia.

Porque tu e a Zeca são os meus amigos de sempre...

8:16 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

A palavra é o corpo do pensamento.
Ao lermos o bonito texto do Abilio,sentimos a sua visão do Encontro a que ecrescenta a sua sensibidade.Ele fala por todos nós,que ainda estamos a despertar de um sonho que foi Belo no verdadeiro sentido da palavra,já que a festa foi um prazer para todos, e completamente partilhado.
Para si e para a Zeca um beijo,com a estima da
Nela Dias

11:46 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Abilio

Bela prosa!!! Retrataste perfeitamente o turbilhão de emoções que foi o 18/10...
Da Beira Baixa um grande abraço para ti, bom amigo
Quito

9:48 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Lindo texto, amigão ! continuas a ser o meu poeta preferido.
Olga

8:29 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

A todos os amigos que tiveram a paciência de ler o que escrevi o meu agradecimento.

Para a Olga uma referência particular porque não tem aparecido aqui pelo Blog, tem uma sensibilidade à flor da pele e muito para nos contar.

Abílio

12:24 da tarde  
Blogger Unknown disse...

Este post que o Abilio apresentou ,ainda no rescaldo do turbilhão do GEG, passou no meio de tanto post e foi tão rapido que não houve tempo da maioria do pessoal lhe ter prestado a melhor atenção.
Pelo interesse, será puxado para a frente para lhe ser dado o devido destaque.
ADMs

4:53 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Pois é Abílio, é sempre tão bom ler e ouvir o que dizes, que te vai na alma!!! Quanto à sensibilidade da minha prima Olga que é uma realidade, mandarei aqui e agora, uma boquita... Telefona, aparece-me, preocupa-se... mas comentários? Para ti e uma amiga... Para Je, disse sempre não achar piada alguma aqui entrar!!! Mas vou-lhe dizer umas coisas ao ouvido!!! Beijitos. Juju.

6:11 da tarde  
Blogger Ernesto Costa disse...

O GEG não foi UM encontro de gerações mas VÁRIOS encontros ENTRE várias gerações. E, estou certo, para muitos de nós foi também um encontro connosco próprios. Hoje, dez dias passados, ainda tenho as contas por acertar com o 18/10. Não sei se algum dia o vou conseguir e se serei capaz de colocar no papel todas as contradições que vi e vivi nesse dia (já escrevi e rasguei vários escritos), infelizmente tão efémero.

O texto do Abílio para mim foi leitura repetida durante vários dias. E só hoje, que com muita alegria o vejo voltar à superfície, consigo respigar estas parcas palavras. Obrigado Abílio!

Jó-Jó

9:20 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Também eu li e voltei a ler este texto do Abílio!
Quando terminava, ficava com um nó na garganta, que não me permitia raciocinar, para poder escrever duas linhas que fossem, para agradecer ao Abílio o texto e para lhe agradecer o ter considerado que a minha intervenção, lhe proporcionou, de alguma forma, momentos deliciosos.
OBRIGADO ABÍLIO!

8:10 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Abilia

Eu ainda não sei que dizer.
Ainda bem que soubeste, lindamente, falar por mim.

11:25 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Não é Abilia é Abilio

11:25 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Abílio 11 dias passados...A "DOR NO PEITO" persiste, dor de saudades, dor positiva, dor até um pouco incompleta, nãi sei se me percebes... Obrigado pelas tuas palavras, só hoje sinto um pouco os pés mais firmes e do fundo do meu coração um OBRIGADO pelas tuas palavras. Beijinhos para ti e para a Zeca.

11:49 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Abilio

Com este belo texto conseguiste retratar todas as emoções que todos sentimos naquele dia e como o mesmo foi curto para podermos saborear a presença de AMIGOS que não se viam à tantos anos.Obrigada.


Um beijo para a Zequinha e outro para ti.

12:04 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Abilio, os seus texto... de belos...são para ler e reler devagar e sentir demais!
Para si e Zeca um beijo
Nela Dias

12:22 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

A todos os Amigos quero transmitir o quanto me sensibilizaram os vossos amáveis comentários.
O texto claro que só foi possível pelo forma como senti e vivi o GEG e, por esse motivo, mais uma vez presto a minha homenagem ao Rafael e à Celeste pela forma impecável como nos proporcionaram aquele Encontro único.
A todos os meus agradecimentos.
Abílio

10:35 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Abílio

Fizeste,na perfeição,o relato de um dia para mim memorável.

As palavras tão simpáticas que me dirigiste só foram possíveis,porque todos os participantes foram colaborantes e compreensivos.

Obrigada a todos pelo vosso carinho e amizade.

Sem a vossa presença dedicada nada teria sido igual.

8:06 da tarde  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

Powered by Blogger

-->

Referer.org