<

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Vamos Falando de Cartas de Amor


Quase todos nós temos um baú,com estas belas recordações.
Se não,estão por certo lá no cantinho da nossa alma...onde de quando em vez,as vamos buscar,com muita ternura.
O tema leva-me ao poema de Fernando Pessoa, que o escreve através de um dos seua heterónimos -Alvaro de Campos-:

"Todas as cartas de amor são
Ridículas
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor,se há amor
Têm de ser
Ridículas.

Mas,afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas).
1935

Por outro lado, Agustina Bessa-Luis diz:
" Temos a cultura da afectividade como outros povos têm a cultura da filosofia".
" Os sentimentos são para nós uma segunda pele,continua a morrer-se de desgosto,de paixão,e a matar como no tempo de Camilo",
....diz Almerindo Lessa: "somos gente de ciúme.Possuimos muito agudo o sentido de posse.A pior coisa para nós é a falta de felicidade.Daí a precisão que temos de desabafar,de chorar.De escrever cartas e ouvir canções de amor".
Nela Dias


Etiquetas:

24 Comentários:

Blogger vítor costa disse...

Florbela Espanca


Em busca do amor




O meu Destino disse-me a chorar:
Pela estrada da Vida vai andando,
E, aos que vires passar,interrogando
Acerca do Amor, que hás- de encontrar.
Fui pela estrada a rir e a cantar,
As contas do meu sonho desfiando...
E a noite e dia, à chuva e ao luar,
Fui sempre caminhando e perguntando...
Mesmo a um velho eu perguntei""Velhinho,
Viste o amor acaso em teu caminho?"
E o velho estremeceu... olhou... e riu...

Agora pela estrada, já cansados,
Voltam todos pra trás desanimados...
e eu paro a murmurar: "Ninguém o viu!...

11:49 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Venho dizer que se trata de Almerindo Lessa,e não Leça como escrevi.Peço desculpa pelo erro.
Nela Dias

12:05 da tarde  
Blogger Rui Pato disse...

Assim,
Em relação ao amôr,
Amôr perfeito...
Só a flôr.

(julgo que foi Pablo Picasso que escreveu)

12:12 da tarde  
Blogger Manuela Curado disse...

Assim é e assim sou...Orgulhosamente portuguesa. Sem subterfúgios ou medos...

1:04 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

E ainda há as do Artur Ribeiro, ou Alberto Ribeiro.....

1:36 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Creio que a canção era de Alberto Ribeiro e começava assim...cartas de amor quem as não tem...acho que a voz do nosso amigo Rafael era muito "à consoante" como se diz cá pela zona do pinhal, para a cantar...

2:28 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Como diria o grande António Silva no "Pátio das Cantigas" houve aqui uma ligeira dessincronização e esqueci-me de me identificar..

2:32 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Quito
As Cartas de Amor eram do Tony de Matos.
O Alberto Ribeiro cantava o Marco do Correio:

Minha rua sossegada
Tem à beira do passeio
A coisa mais engraçada
É o marco do correio.

Marco do correio
De portinha ao centro
Não sabes eu creio
O que tens lá dentro.

Quantas raivas e desejos,
Mil respostas e perguntas
Quantas saudades e beijos
E quantas lágrimas juntas!

Refrão:

Marco do Correio
Deixa-me espreitar
Deixa que eu não leio
Nem vou divulgar.
Vá lá não fiques zangado,deixa-me ver por favor
A carta que está ao lado
Da carta do meu amor.

Letra de Frederico de Brito
Música de Ajberto Ribeiro

Nela Dias

3:44 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Nela

Estou esmagado com as coisas que tu sabes...e das canções romaticas que te lembras ah...ah..ah..
o Tony de Matos não cantava uma que era assim?...só nós dois é que sabemos lá...lará..lá..lá..de outra mais "atrevidota" para a época e era assim ...anda abraça-me beija-me encosta o teu peito ao meu e não sei mais...e o Francisco José que era assim..teus olhos castanhos, de encantos tamanhos são pecados meus...e por aí fora..por acaso este artista tinha uma bela voz...se calhar nasceu no país errado para projecção internacional...

4:31 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Tenham calma que o fim de semana é comprido.
Deixem alguma coisa para a proxima semana.
Não esgotem o amor assim tão depressa.
Tenham calma.

4:36 da tarde  
Blogger Manuela Curado disse...

E falavam em nacional cançonetismo... Afinal toda a gente sabia essa canções e não seriam tão más para ficar na memória...

Alvaro. Tens razão, hoje está tudo maluco. Resolveram entrar no blog cá com uma força... Para mim é óptimo, para ti...olha, tem paciência.

5:52 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Quem não tem cartas de amor?
Hoje em dia os nossos jovens usam mais os emails e mensagens via telemóvel, as cartas e os bilhetinhos de amor cairam em desuso.
Mas ok são as novas tecnologias temos de nos modernizar

7:42 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Nela Dias
Eu insisto;: as cartas de amor eram de um ribeiro qualquer...ainda vou apurar; tb me lembro do marco do correio, um disco que tinhamos em 78 rpm....

10:00 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Tens toda a razão Nela, desculpa ter duvidado, mas estava errado; é de Tony de Matos:

Como jurei,
Com verdade o amor que senti
Quantas noites em claro passei
a escrever para ti
Cartas banais
Que em tudo a razão do meu ser
Cartas grandes, extensas iguais
Ao meu grande sofrer

etc, etc, etc
Se quiseres, depois mando mais...

10:15 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

E ainda temos o Love letters in the sand, do Pat Boone, acho eu...
Que dizes, Nela Dias???

10:16 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

O Franciso José Galopim de Carvalho, tio, por afenidade, da minha filha e que cedo rumou ao Brasil. Depois de ele ter demascarado, em directo na tv os cachets pagos aos artistas nacionais e estrangeiros, os programas começaram a ser gravados, para evitar cenas semelhantes.Foi detido e levado para a Pide, onde foi interrogado Como disse, depois foi para o Brasil regressando a portugal em meados de 80, acabando por falecer em 88, vítima de avc

10:24 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Mário
As cartas de Amor,que o Tony de Matos cantava,são Música e Letra de
Alves Coelho Filho.
Nela Dias

11:39 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Obrigado, Nela Dias; sempre atenta e a complementar a informação....

1:07 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Nela Dias

PUXA!!!
Que enciclopédia!!!

10:44 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Nela Dias
E ainda tu não viste nada; espera pela pancada deste fim de semana...mas a enciclopédia é dos meus irmãos...logo verás.....

12:31 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Quito que menos poderias esperar, de uma pessoa que transmite calma e paz, com sorrisos e é licenciada( se só, não sei), em Filosofia? É ou não assim Nela Dias? As licenciaturas em letras, transmitem normalmente muito maior cultura geral, mas é bom não esquecer, os devidos e naturais dotes! Obrigada Nela Dias, por mais este momento de Fernando Pessoa. Verdadeiramente, estou confusa em relação ao heterónimo que me parece ser do Alberto Caeeiro, mas também pode ser do Álvaro de Campos. A obra completa que possuo, em papel de Bíblia está bem perto, mas se demorar lá vai outro comentário, plo cano abaixo-(que prosaico)... Beijos. Juju.

12:04 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Bom, pensando bem e porque não me apetece saír do quentinho, para estar a ver 3 volumes de livros, como disse e já não os consigo abrir, aqui em cima da secretária, vou aventar que este poema é do Alberto Caeeiro e perguntar também à Nela Dias, se
tem alguma ideia do porquê, de quase todos nós irmos mais para estes dois heterónimos, quando ainda há o Ricardo Reis e o Soeiro, mais não sei quantos semi-heterónimos. Pode esclarecer-me à sua boa maneira? Juju.

12:27 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Tal como escrevi,o poema é do heterónimo Álvaro de Campos.
Alvaro de Campos, que escreve:" O poeta superior diz o que efectivamente sente.O poeta médio diz o que decide sentir.O poeta inferior,diz o que julga que deve sentir...A sinceridade intelectual é que importa no poeta".
"Quando um poeta inferior sente, sente por caderno de encargos.Pode ser sincero na emoção:que importa se o não é na poesia?".
"Através de Alberto Caeiro, Pessoa pretende recusar a metafisica.Alvaro Campos é o poeta da modernidade,Ricardo Reis,recolhe com ironia o legado dos séculos".
E escreve Pessoa:"Pus em Caeiro todo o meu poder de despersonalização drmática,em Ricardo Reis,toda a minha disciplina mental,em Alvaro de Campos toda a emoção que não dou a mim nem à vida".
E continua Fernado Pessoa;"Em Alberto Caeiro,o Ser.Em Álvaro de Campos,o Sentir e em Ricardo Reis,o Viver".
O Semi-heterónimo de Fernando Pessoa é Bernardo Soares
Nela Dias

4:45 da tarde  
Blogger vítor costa disse...

Ricardo Reis
-Nasceu em 1887, no Porto, formou-se em medecina
-preocupou-se em ajudar uma humanidade sofredora
-Era um ano mais velho que Fernando Pessoa
-Era um pouco mais baixo, forte e seco
-E um pouco moreno mate
-Foi educado num colégio de Jesuítas

Alberto Caeiro

-Nasceu em Lisboa em 1889 e morreu em 1915
-Viveu quase toda a sua vida no campo
-Não teve profissão nem educação quase alguma
-Era de estatura média
-Era louro, sem cor, olhos azuis
-Era frágil

Alvaro de Campos

-Nasceu em Tavira no dia 15 de Outubro de 1890, as 13h30
-Formou-se em Engenhasria Naval
- Era magro tendente a curvar-se
-Viveu em Lisboa sem trabalho
-Tinha cabelo liso
-Era tipo vagabundo de judeu português
-Era multifacetado, quase alucinado

11:23 da tarde  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

Powered by Blogger

-->

Referer.org