<

sexta-feira, 31 de julho de 2009

PENELA - VÊM AÍ A ROTA DO CABRITO #1

Situada entre Coimbra e Tomar, em plena artéria rodoviária que liga a Lusa Atenas ao burgo banhado pelo rio Nabão, e a cerca de três dezenas de quilómetros da primeira, surge a vila de Penela, situada na encosta poente de um monte entre as cotas 230 e 290 metros, local preciso da Torre de Menagem do Velho Castelo, ex-libris da monumentalidade do concelho.

Fundado ainda antes da nacionalidade, teve o seu primeiro foral em Julho de 1137, concedido por D. Afonso Henriques, sendo portanto um dos Municípios mais antigos do País. A este facto (concessão do Foral) não terá sido alheia a grande importância estratégica de Penela no contexto da reconquista.

Etimologicamente, o termo Penela, é, segundo o antiquário Santa Rosa de Viterbo, diminutivo de Peña, Pena ou penha, e significava na Baixa Latinidade, o cabeço, monte ou rochedo.
Tendo em atenção estudos feitos aos vestígios existentes, é de crer que na origem do Castelo de Penela estivesse um Castro lusitano posteriormente aproveitado pelos Romanos aquando da sua conquista, no século I A. C.

À História de Penela crê-se estarem ainda associadas as passagens sucessivas dos Vândalos, destruidores da fortaleza construída pelos Romanos; dos Mouros, que tomaram o Castelo de Penela no séc. VIII e das tropas de Fernando Magno (Rei de Leão), tendo a fortificação ficado sob o poder do Conde D. Sesnando, primeiro Governador de Coimbra (depois da Reconquista em 1064), a quem se deve a construção de um forte castelo medieval no interior da fortaleza moura já existente.
O foral de D. Afonso Henriques, de 1137, concedia certos privilégios aos seus moradores no intuito de para aqui atrair mais população.

O Castelo de Penela, ergue-se sobre um penhasco e é, depois do de Montemor-o-Velho, o mais amplo e forte que resta da linha defensiva do Mondego. Tomado pelos Mouros já depois de 1137, veio a ser definitivamente reconquistado em 1148. Foi contudo D. Sancho I quem, em 1187, deu nova vida ao já histórico castelo, mandando-o repovoar.

A torre de menagem foi mandada erigir por D. Dinis, aquando duma nova reparação.

Ressalta da longa História do Concelho, um episódio bastante frisante do claro apoio popular com que contou D. João, Mestre de Avis, na crise de 1383/1385: sendo senhor de Penela o Conde de Viana do Alentejo, D. João Afonso Telo, claramente a favor de D. Beatriz, casada com o Rei de Castela, decidiu o povo defender e apoiar o seu Rei amotinando-se, sendo célebre um tal Caspirro, por ter assassinado o Conde.

Logo a seguir, Penela envia os seus procuradores às Cortes de Coimbra de 1385, a fim de elegerem o Mestre, futuro D. João I. Este ao fazer doações aos seus filhos, criou o título de Duque de Coimbra para o seu filho D. Pedro, destinando-lhe Penela e o seu termo.

Etiquetas: , ,

Chegada ao Inferno

Um bêbado morre e vai para o Inferno. Chegando lá, encontra o Diabo e pergunta-lhe:
- Onde é que param as mulheres?
- Mulheres??!! - exclama o Diabo - Aqui não há mulheres !!
E diz o bêbado:
- Olha... olha... Não há mulheres!!!! Vais dizer-me que esses chifres te saíram numa rifa...??!!

Etiquetas: ,

COIMBRA ATRÁS DO MURO

Foto dedicada ao ao Xico Torreira a viver no Canadá
Quito

Etiquetas: , ,

CAMINHETA P'RA PENELA

A organização da Rota do Cabrito
acaba de contratar a Caminheta p´ra PenelaAmarelinha e rápida qb.

Etiquetas: ,

Máquinas de Escrever - Relíquias

DEBATES NAS AUTARQUIAS

Caro Cavalinho,

A partir de hoje, tem ao seu dispor a plataforma autarquias.org.

Com o autarquias.org os cidadãos podem alertar os municípios para as mais variadas situações, desde de Lixos na via pública, postes de iluminação que não o funcionam, buracos na via pública, equipamento danificado, problemas nos abastecimentos, ou outros tipos de problemas, que muitas das vezes as Câmaras Municipais não tem conhecimento. Os cidadãos podem acompanhar as respostas das autarquias aos alertas apresentados por outros cidadãos, como também participarem nesses mesmos alertas adicionando comentários. O autarquias.org permite também a criação de debates por cidadãos que pretendem discutir assuntos que lhes pareçam pertinentes com outros cidadãos e com o próprio município ou questionar a autarquia sobre um assunto do interesse de todo o município., como também a abertura de petições.

Participe neste projecto.

www.autarquias.org

Etiquetas:

CARROS DOS NOSSOS PAIS!!! #8

LINHA DE MODELOS


Honda 600 Coupe-1971.

HONDA S800 1966
Honda N600 - 1967
Honda 600 - 1972

Etiquetas: ,

quinta-feira, 30 de julho de 2009

"Histórias de gente simples"

Para que conste...

Prólogo

As “histórias de gente simples”, que se seguem, não são obra de um especialista em Sociologia; são casos arrancados à vida, que povoam o imaginário do autor, observador atento de uma infância feliz, vivida na aldeia beirã1 em que nasceu. Os traços fundamentais são obra da Natureza; os condimentos das histórias, a súmula da vida rural nas décadas medianas do século vinte. A ficção é, todavia, a coluna vertebral de todo o trabalho – é possível, e até provável, que uma ou outra coincidência, com esta ou aquela pessoa, possa levar o leitor a ver factos reais, onde nada mais há que imaginação –.

Tal como Dom Quixote, que via monstros e guerreiros heróicos onde o Sancho apenas vislumbrava moinhos de vento, também nós, nos excedemos, por vezes, ao arquitectar histórias de camaradas, que o destino juntou um dia, numa companha do Alto Alentejo.

O palheiro da Renda

O palheiro – construção rudimentar, formada por quatro paredes de pedra e barro, tecto de telha vã de uma só água, porta de tábuas de pinho, presa por dois gonzos e uma fechadura do ferreiro da terra -, ainda estava, há poucos anos, em razoável estado de conservação. Todavia, o incêndio que por ali passou em meados dos anos 90 transformou o palheiro num monte de cinzas e telhas, deixando de pé as paredes, para, mais tarde as estevas e as balças acabarem por desfigurar o local, que está, praticamente, irreconhecível. O palheiro da Renda, com uma dúzia de metros quadrados de área, era usado para guarda de fenos e pastagens, especialmente como local de arrecadação de emergência, quando as trovoadas de Maio não davam tempo para levar mais longe o ferrejo que secava ao sol. A chave, guardada num requebro da parede, do lado direito da porta, era usada apenas por quem sabia do seu esconderijo e, portanto, devidamente autorizado pelos seus donos.

O lugar não era, propriamente, um local de passagem, pelo que só as pessoas conhecedoras, ou intencionadas, faziam uso do palheiro. Um dos hóspedes habituais do local era o guarda-rios que, ou por não lhe apetecer montar a bicicleta pasteleira e ir para casa, nos confins de Alcaravela, ou por não sentir já o equilíbrio suficiente, ia até ao palheiro, curtir a bebedeira e passar a noite. Para mais que, como dizia, sendo o local do palheiro a uns escassos vinte metros da ribeira, pernoitava no local de trabalho. Sempre foi insuspeito o uso dado ao palheiro; só na cabeça do moleiro que passava nas redondezas para ir para a azenha do Ferrugento, ali ao fundo do Cabecinho Agudo, se arquitectou uma maneira de pregar um cagaço ao guarda-rios, depois de lhe ter contado histórias sobre o local, atrás de uns copos, na taberna. Um dia, ao pôr-do-sol, o moleiro viu o guarda-rios ficar na taberna, quando se dirigia para a azenha. Pelo caminho, atrás do macho carregado de taleigos, foi arquitectando o susto que pregaria ao guarda-rios no palheiro.

E passou aos factos:
Foi à azenha, pôs tudo a trabalhar, encheu a tremonha de grão, regulou a água, fechou o cãozito, para que o não seguisse, pensou o macho e esperou que baixasse o escuro para ir rondar o palheiro e acagaçar o guarda-rios. O silêncio pesava sobre o escuro de breu e apenas um ou outro pirilampo cruzava o ar e interrompia o ladrar longínquo dos cães, lá ao cimo, na aldeia. De uma fresta da porta do palheiro saía um ténue clarão; sinal de que o lugar já estava habitado. Aproximou-se, espreitou, mas não conseguiu ver nada. Ouviu vozes surdas e imperceptíveis, apercebendo-se, de imediato, que o guarda-rios não estava só. Foi por trás, onde o palheiro era mais baixo, devido ao desnível do terreno, arredou, muito lentamente uma telha e olhou para dentro do palheiro, onde ardia, junto à porta, uma fogueira muito suave, de cujo lume se espalhava uma luz ténue que deu para ver dois corpos, sobre uma manta, aberta sobre um molho de palha.

Guarda-rios e companheira estavam muito juntos; o moleiro, apenas olhou mais uma vez, depois de fechar os olhos, e, com milhares de ideias na cabeça, retirou-se e dirigiu-se, cabisbaixo e acabrunhado, para a azenha.
Ali, sentou-se, com a cabeça entre as mãos e meditou…

Nas muitas vezes que havia provocado o guarda-rios, caçoando do seu aspecto e lembrando-lhe que há testos para todas as panelas e ele ainda encontraria o dele; que afinal dentro do género dele até havia muito pior, e outras coisas do género. Agora sentia-se incomodado com a calma e bonomia com que o guarda-rios ouvia todos os impropérios do moleiro e acabava por sorrir, como se nada fosse com ele. Percebia, agora, o gozo que deviam dar ao guarda-rios as palavras com que pensava achincalhá-lo. Vieram-lhe à mente todas as vezes que olhou para aquela figura insignificante, com um olho sempre vesgo e meio cerrado, uma perna arrastada e meio cambado de ombros, os trejeitos da boca e, não raro, uma baba ao canto do queixo. Não sentia pena dele; considerava-o infeliz e nada fazia para o aliviar e, todavia, parecia que nada incomodavam o guarda-rios tais impropérios. Agora entendia, agora sentia o ricochete de tudo o que lhe dissera.

Sem se dar pelo passar das horas, olhou o céu e reparou que a moagem estava quase no fim. Era preciso tratar do macho e abrir o cão que continuava fechado, preparar tudo e partir para casa; onde, certamente, a mulher, já consolada pelo guarda-rios, tinha tido tempo de voltar e esperava, por ele, na cama.

A vida continuou e nem o moleiro, nem o guarda-rios, nem a mulher, alguma vez denotaram qualquer atitude estranha, quando se falavam, ao cruzar-se, na aldeia, ou na taberna.

O moleiro resolveu não deixar a mulher só, quando pressentia o guarda-rios por perto; a mulher e o guarda-rios, provavelmente, atribuíram ao acaso a falta de oportunidades para se encontrarem.


Só um pequeno papel, rabiscado pelo moleiro e misturado num rolo de documentos escondidos num buraco da azenha e encontrado anos depois da morte do moleiro, deu conta dos remorsos do seu autor e permitiu imaginar o cenário descrito.


Nunca, da boca dos três intervenientes, saiu qualquer palavra sobre o assunto.


Autor: José Marques Valente

Estudante, Professor, Formador, Comercial e Marketing, Auto-didacta,Contador de Histórias

Nota: Com a devida autorização do autor

PENELA - VÊM AÍ A ROTA DO CABRITO

Vêm a caminho a Rota do Cabrito de Sicó, e embora todos ou quase todos conhecemos Penela, começa a estar na hora de falar um pouco sobre o local do próximo grande encontro aqui no Blog.
HISTÓRIA

O nome Penela guarda raízes célticas. São vários os vestígios de ocupação romana e pré-romana existentes no concelho. Penela desempenhou um importante papel durante a Idade Média, em que foi palco de guerra e contribuiu para a reconquista. Para aumentar a visibilidade dos seus soldados, o Castelo de Penela foi construído no alto de uma colina. As suas fortificações funcionavam, assim, como guarda avançada de Coimbra.

Em 1137, Penela recebeu seu primeiro foral pelas mãos de D. Afonso Henriques. Em 1 de Junho de 1514, recebeu a Nova Carta de Foral pelas mãos de D.Manuel.

Durante a crise de 1383/85, Penela participou na defesa do Mestre de Avis. Nessa altura era D. João Afonso Telo, primo de Leonor Teles e Conde do Alentejo, o senhor de Penela. Como ele tomou o partido de Castela, os populares se revoltaram e fizeram-lhe uma emboscada à saída do castelo. Caspirro, um homem do povo, foi aquele que lhe cortou a cabeça.

A partir desta altura, Penela passou a integrar as hostes do mestre. Os seus procuradores estiveram presentes nas cortes de Coimbra, na altura em que o Mestre de Avis foi coroado Rei de Portugal.

1433 marca o ano em que a Feira de São Miguel - mais conhecida por Feira das Nozes - foi criada por ordem de D. Duarte, em resposta a um pedido do seu irmão D. Pedro. Esta feira é um evento conhecido no país inteiro e que recebe todos os anos, milhares de pessoas a 29 de Setembro, altura da sua realização.


GASTRONOMIA

A gastronomia de Penela é muito rica e variada. Entre os diversos produtos utilizados na gastronomia local, destacam-se o saboroso Queijo do Rabaçal, o mel da serra, as nozes e os vinhos.

Etiquetas: ,

O Ar Condicionado dos Carros

Como no nosso tempo de malta nova os carros não tinham ar condicionado mas sim ventiladores, nunca adquirimos habitos que hoje são necessarios.Não ligue o Ar Condicionado mal entre no carro!
Abra as janelas assim que entrar no carro, sem ligar o Ar Condicionado. O material do painel de instrumentos, assentos, tubagens de refrigeração emitem Benzeno, uma toxina causadora de cancro (carcinogéneo- note o cheiro a plástico quente dentro do carro).
Além de poder causar cancro, envenena os ossos,causa anemia, reduz os Glóbulos Brancos. A exposição prolongada causará Leucemia, aumenta o risco de cancro e pode provocar abortos.
O nível interior aceitável de Benzeno é de 0,05 gr por cm2. Um carro estacionado no interior com as janelas fechadas contém 0,37- 0,74 mg de Benzeno. Se estacionado no exterior sob o Sol a uma temperatura superior a 16ºC, o nível de Benzeno ascenderá a 1.843,68 mg, 40 vezes superior ao nível aceitável... e as pessoas dentro do carro inevitavelmente inalarão uma quantidade excessiva de toxinas.
Deixe sair o ar quente interior antes que entre no carro. O Benzeno é uma toxina que afecta os Rins e Fígado e um material tóxico muito difícil de ser expelido pelo organismo.
"Quando alguém partilha consigo uma informação valiosa e beneficia com ela, tem obrigação moral de a partilhar com outros."

Etiquetas: ,

Recordações do João Jose

O João Jose ( Big John ) tambem tinha umas coisas guardadas no baú. Na orquestra juvenil era cá um violinista...
1964 - Músicos Em baixo:Fernando Quaresma, Carlos Morgado Pereira, dois irmãos ?, Zé Morgado Pereira e Tomané Quaresma. Em cima: João Jose e o Zé António Costa Santos
1963? - Queima dos Cadernos, no final das aulas
Tozé Fiscal, Chaves, Filipe Famelga, Vitinho Costa, ?, Felício, João Jose, Jorge Luís Costa, Zé António Costa Santos(agachado), Lau, Jose Carlos Canelas. Anda ali outro mais agachado ainda e estava a tossir.
1964? - Banho de despedida de época em Mira O Vítor Soares e o João Jose
1965 -Latada de Letras O Raúl, o Dr. Serginho, o ZecaGomes(Cabral) , o Jorginho Ventura, João Jose e o Nené
Pub. 5jun08

Etiquetas: ,

Do NUNO CAMPOS medico da Selecção

PROPÓSITO DO NUNITO PONTA ESQUERDA
O Jojo tem cá uma cabecinha que não esquece não....
O Nuno foi meu treinador no Norte e Soure (da antiga 3ª Divisão). Ainda joguei contra o Coluna e o Humberto Fernandes, campeões europeus. Os tipos já não se me mexiam mas o Coluna ainda marcava uns grandes livres. Era jogador - treinador do Estrela de Portalegre. A equipa deles era os dois velhos mais 9 ex-júniores do Benfica. Quando fomos a Portalegre jogar eles estavam em primeiro e nós em último mas empatámos 2-2. A táctica foi simples. Na pensão onde dormíamos estavam também os putos ex-Benfica. Passámos toda a noite a fumar, beber e jogar à lerpa com os gajos. Como eles não estavam habituados no dia seguinte estavam todos rotos. Nós eram só (ar)rotos!
Nessa equipam pontificavam outros bairristas: Dias, Alexandre Parente, Couceiro e Pires.

Mas voltando ao Nuno, actual médico da selecção. Ele tinha um problema na fala e não dizia os "c".
Nunca esqueceri ele a gritar para mim. "osta, orre!".
Texto de Jó-Jó
Pub.jun08

Etiquetas: ,

Ford CORTINA GT

Era branco com a celebre "faixa laranja"Esta foto foi no paredão da Figueira
Álvaro, o Fernando Beja e o Lau.
A menina da foto alguém se lembra do nome?
Estava hospedada na Rua Daniel de Matos
O Dadinho foi quem tirou a foto.

Etiquetas: , ,

CARROS DOS NOSSOS PAIS!!! #7

Ford Rumbleseat Roadster - 1933O Ford Consul foi produzido pela Ford no
Reino Unido em dois periodos: 1951 e 1962, 1972 e 1975.
Ford Thunderbird - 1955
O Ford Anglia é um carro da Ford que foi produzido no Reino Unido entre 1940 e 1967. Antes de ser substituido pelo Escort, quase 1.600.000 unidades foram produzidas.
1958 - Ford Fairlane
O Ford Cortina foi fabricado em vários modelos desde 1962 a 1982.
1966 - Ford Cortina MKI 2 Portas 1200 DeluxeFord Cortina Mk5
Ford Mustang de 1970
Ford Mustang 4.7 V8 1967
FORD TAUNUS 17 M DE 1959
Ford Taunus 17 m - de 1966FORD TAUNUS 17 M DE 1959Ford Taunus 1600 gxl 1973Ford Capri 1600Ford EscortFord Orion

Etiquetas: ,

quarta-feira, 29 de julho de 2009

"Histórias de gente simples"

O Ti’ Manel dos Arcos...

No beco, por trás de uma arcada, abria portas, todos os dias, a tasca do Ti’Jaquim das Iscas, que, nos anos sessenta do século passado, chegou a ser um dos locais de passagem obrigatória, na cidade de Faro.

Ali se juntavam os jornalistas, vendedores, delegados de propaganda médica e outros viajantes, atrás duma cataplana de amêijoas, duma caldeirada, ou dos petiscos de ocasião de que o “chefe Fernando” era artífice experimentado e reconhecido.

Depois do jantar que quase sempre descaía em ceia, passava-se no armazém do Ti’Manel dos Arcos que ocupava os baixos de duas ou três casas, no bairro antigo de Faro, a poucos metros da tasca do Ti’Jaquim das Iscas.

Faziam-se as compras de amêndoas, figos secos, mel e medronheira – simples, da serra do Caldeirão, ou com mel, de um qualquer armazenista de Loulé –.

O Ti’Manel propagandeava a mercadoria e ia servindo rodadas, aos circunstantes e, sempre que reconhecia alguma cara nova no grupo, procedia ao ritual da iniciação do neófito.

Se o novato respondia, a contento do Ti’Manel, a despesa era por conta da casa; se não passava no exame, preparava vinte ou trinta escudos e recebia a alforria.

As perguntas eram sempre as mesmas: Qual é a toalha do mel? O que quer dizer uma pistola sobre um saco de cimento? O que é que pode ser mais burro que um burro?

As respostas, muitos simples: A água; cimento armado e, mais burro que um burro, só outro burro, não importa de que espécie.

O Ti’Manel fazia sempre a festa; ou por ter encontrado alguém com finos dotes, ou por conseguir ensinar alguma coisa. E, talvez, porque encaixava mais uns escudos, ainda que, muitas vezes, os iniciados já fossem prevenidos e passassem no teste.

Para aquele montanheiro, que conhecia a serra tão bem como as suas mãos, nunca se acabavam as histórias.

É claro que todas elas envolviam o macho “judas”, o cão “farrusco” e o dono dos dois, que, em caso de aperto, faziam o que tinham a fazer.

Somos um grupo de comandos, onde ninguém falha e, até hoje, há-de aparecer o primeiro que nos venha pôr cuspinho no nariz.

Depois, em tom de protagonista: Olhem, meus amigos, mentiroso sou eu, mas na hora de falar verdade também sei fazê-lo: Então vamos lá a ver se consigo contar-vos um caso que se passou ali para as bandas de Salir, quase às vistas de Loulé:

Tinha comprado umas arrobas de amêndoa, dois cantaritos de mel e uma meia alcofa de figos secos a um parente de Alte.

O judas vinha ajoujado debaixo dos alforges e o farrusco toscava, na frente, a limpeza do caminho.

Por trás duma curva, sai-me um marafado da sombra duma alfarrobeira e, logo adiante estavam mais dois, sentados na beira do caminho, com ar de poucos amigos.

O da alfarrobeira, com falas mansas, disse-me: olá, tiozinho!... Então o que leva aí para nós?... A vida tem corrido mal e temos precisão de qualquer coisa!...

E, por azar dele, foi-se chegando ao alcance do farrusco, mostrando a faca com que cortava um bocadito de pau, enquanto um outro, de boina, se aproximava da traseira do macho.

Um assobio e já o “farrusco” filava o braço do chefe, deitando-o a terra.

Um coice do “judas” e o segundo ficava com um joelho desmanchado.

Quanto ao terceiro, pernas para que te quero e sumiu-se pelo mato dentro, seguido pelo chefe que conseguiu soltar-se do farrusco, deixando-lhe, nos dentes, um bocado da manga do gibão.

O do joelho avariado lá ficou a gemer e nós os três, seguimos caminho.

É que cá no nosso grupo, cada um tem as suas manias: o farrusco fica como louco logo que vê facas e onde põe a boca é seu; o judas acha que a menos de um metro da sua traseira só se chega o dono e coice que acerte é para partir. Se o inimigo vier de frente, cada dentada sua traz bocado.

Eu, coordeno as operações, ponho a fusca de sobreaviso no bolso e, com um pau na mão, faço bem a minha parte.

Ainda está para nascer o malandro que nos faça frente, ainda que venha à falsa fé.

Aliás, o merecimento dos nossos valores tem fama por toda a Serra e tem-nos aberto muitos caminhos por todo esse Caldeirão.



Autor: José Marques Valente

Estudante, Professor, Formador, Comercial e Marketing, Auto-didacta,Contador de Histórias

Nota: Com a devida autorização do autor

Nem o Alberto João na Madeira tem capacidade para chegar a tanto.

Viva a velha guarda
Homens de outras eras!Cópia autêntica da carta existente na Biblioteca Nacional de Lisboa, dirigida por Pina Manique, Corregedor de Santarém (e futuro Intendente de Polícia do Marquês de Pombal), em 22 de Outubro de 1795, ao Duque de Cadaval, Corregedor-Mor da Justiça do Reino:
"Exmo. Sr. Duque de Cadaval:
Se meu nascimento, embora humilde, mas tão digno e honrado como o da mais alta nobreza, me coloca em circunstância de V. Excª me tratar por TU,- caguei para mim que nada valho.
Se o alto cargo que exerço, de Corregedor da Justiça do Reino em Santarém, permite a V. Excª., Corregedor Mor da Justiça do Reino, tratar-me acintosamente por TU,- caguei para o cargo.
Mas, se nem uma nem outra coisa consentem semelhante linguagem, peço a V.Excª que me informe com brevidade sobre estas particularidades, pois quero saber ao certo se devo ou não cagar para V.Excª."
Serafim Jorge

Etiquetas: ,

SAUDADE

Da bela e antiga "Barca Serrana", fundeada no Mondego junto à ponte pedonal, ao imponente veleiro "Sagres" , de velas de Cristo ao vento, ancorado ao largo do porto de Nova York, um traço de união comum:
PORTUGAL...
Essa palavra saudade....
Quito
( foto e pequeno texto oferecidos ao meu amigo d'Abranches Leitão a residir em N.Y.)

Etiquetas: , , ,

Passatempo de Ferias - Cartazes

Referer.org